Estado reage ao avanço do Comando Vermelho em megaoperação que expôs o poder das facções e a necessidade de retomada da ordem
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou nesta quinta-feira (30) que o confronto com criminosos do Comando Vermelho foi “deliberadamente deslocado para a área de mata” dos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital.
Segundo ele, a estratégia foi tomada para evitar trocas de tiros dentro das comunidades e proteger os moradores que ficaram sob o fogo cruzado de uma facção que há anos impõe o medo e a violência nas regiões dominadas.
“O confronto foi deslocado para a mata justamente para proteger os moradores e garantir que o combate não ocorresse em área habitada”, explicou o secretário.
Enfrentamento direto ao crime organizado
A megaoperação, que envolveu 2,5 mil agentes civis e militares, foi considerada a mais extensa e complexa da história do país.
Segundo o governo, o objetivo foi enfraquecer o poder do Comando Vermelho, que vinha expandindo o domínio sobre áreas estratégicas para o tráfico e o roubo de cargas.
As forças de segurança afirmam que o grupo criminoso vinha usando as matas como escudo e esconderijo, criando rotas de fuga e depósitos de armas e drogas. O deslocamento do confronto para a área de vegetação teve a intenção de impedir que o tráfico utilizasse moradores como escudo humano — uma prática recorrente entre as facções.
“Bandidos escolheram o confronto”, diz governo
O governador Cláudio Castro defendeu a operação e disse que o Estado não pode recuar diante do crime organizado.
“As forças de segurança cumpriram sua missão. De vítimas, só tivemos quatro policiais. A polícia reagiu com firmeza e dentro da lei”, declarou Castro.
Autoridades reforçam que o enfrentamento foi resultado de um ano de investigações, e que os criminosos reagiram de forma violenta, utilizando armamento pesado e atirando contra as equipes.
Moradores da Penha e do Alemão relatam que os confrontos foram intensos e revelaram o arsenal de guerra usado pelos traficantes.
Veículos blindados e helicópteros foram necessários para conter o avanço das facções, que transformaram as favelas em verdadeiros quartéis de crime.
“O Estado não pode aceitar que traficantes continuem impondo o medo e a morte. O Rio de Janeiro precisa ser retomado para os cidadãos de bem”, afirmou o secretário Victor Santos.
De acordo com o governo, o deslocamento do confronto para a mata teve como prioridade preservar a vida de inocentes. A presença das forças de segurança nas comunidades buscou garantir a retomada da ordem e impedir que o Comando Vermelho continue utilizando as favelas como escudo humano.
“Não vamos permitir que criminosos se escondam atrás de famílias e crianças. O Rio precisa voltar a ser dos cidadãos e não das facções”, completou o secretário.
A operação reacende o debate sobre a presença do crime organizado em áreas carentes e o desafio do Estado em combater facções que há décadas impõem medo e tirania.
Especialistas destacam que, além da ação policial, é necessário investimento social e políticas públicas para impedir que o tráfico volte a ocupar o espaço deixado pela ausência do Estado.
Enquanto as forças de segurança comemoram a desarticulação de uma das maiores bases do Comando Vermelho, a população do Rio clama por paz duradoura — e por um Estado que não recue diante da criminalidade.








