Por Mara Costa
Em um setor tradicionalmente marcado por atrasos, estouros de orçamento e desafios de segurança, a engenheira civil Niânylla Araújo Silva Duarte emerge como uma força transformadora. Com cerca de uma década de experiência prática aliada a uma profunda investigação acadêmica, ela tem se dedicado a redefinir os padrões de eficiência e confiabilidade na construção civil. Sua abordagem integra tecnologia de ponta, gestão sustentável e uma rigorosa avaliação de riscos para entregar projetos não apenas no prazo e no custo, mas com um selo de excelência e resiliência.
A espinha dorsal do trabalho de Duarte é o combate a um dos maiores vilões da construção: o retrabalho. Em um de seus artigos, ela destaca que a necessidade de refazer serviços pode consumir até 20% do custo total de um projeto, um desperdício monumental de recursos, tempo e mão de obra 1. Para enfrentar esse desafio, a engenheira propõe um Modelo Integrado de Gestão de Obras (MIGO) que tem a metodologia BIM (Building Information Modeling) como peça central.
“O BIM transcende a simples modelagem 3D. Ele é um processo de criação e gestão de informações que, quando integrado à filosofia Lean Construction e a um Ambiente
Comum de Dados (CDE), permite a detecção de conflitos e a compatibilização de projetos ainda na fase virtual”, explica Duarte em sua pesquisa 1 .
Essa detecção precoce de interferências — como uma tubulação que cruza uma viga no projeto — evita que o erro chegue ao canteiro, onde sua correção seria exponencialmente mais cara. A análise de Retorno sobre o Investimento (ROI) desenvolvida em seu estudo é reveladora: a implementação do MIGO-BIM pode gerar um ROl primário de 167,8%, considerando apenas a economia com a prevenção de retrabalho 1.
Uma Visão Holística do Risco
A expertise de Niânylla Duarte não se limita à eficiência construtiva. Sua pesquisa aprofunda-se na avaliação de riscos operacionais, um campo crítico para a segurança e durabilidade de grandes projetos de infraestrutura. Em uma análise inovadora, ela sintetizou os procedimentos de três gigantes normativas internacionais: a OSHA (focada na segurança do trabalho), o ACI (especialista em durabilidade de estruturas de concreto) e a
ASCE (que aborda a resiliência sistêmica da infraestrutura).
O resultado é um framework integrado que aborda o risco em três níveis distintos, conforme detalhado em seu artigo sobre o tema 3.
O framework proposto por Duarte opera em três níveis complementares e interdependentes. No nível tático, a OSHA fornece a base para a segurança ocupacional, focando na gestão diária de perigos no canteiro de obras, como a prevenção de quedas e acidentes elétricos, garantindo que a equipe trabalhe em um ambiente seguro. No nível técnico, o ACI concentra-se na avaliação periódica da integridade de estruturas de concreto, prevenindo falhas de longo prazo decorrentes de corrosão, fadiga e outros processos de deterioração que comprometem a durabilidade do ativo. Por fim, no nível estratégico, a ASCE aborda a resiliência sistêmica da infraestrutura, analisando a capacidade do projeto de resistir e se recuperar de eventos extremos, como desastres naturais ou ciberataques, informando decisões críticas de planejamento e investimento.
Essa abordagem multidimensional, que vai da segurança do trabalhador à resiliência de uma ponte frente a eventos climáticos, demonstra uma maturidade gerencial que é rara no mercado. Como sócia-administradora e Diretora de Gestão de Obras da Arqcen Construtora por quase sete anos, ela aplicou diretamente esses conceitos, liderando projetos desde a concepção até a entrega e garantindo conformidade, segurança e qualidade 4.
Sustentabilidade como Pilar da Eficiência
Completando sua visão de excelência operacional, Duarte também é uma defensora de práticas sustentáveis no canteiro de obras. Em outra pesquisa de destaque, ela avaliou metodologias ecoeficientes, quantificando seu impacto positivo. Os resultados são expressivos: a gestão adequada de Resíduos da Construção e Demolição (RCD) pode desviar entre 70% e 95% dos materiais de aterros sanitários. Além disso, estratégias de reuso e captação de água podem reduzir o consumo de água potável no canteiro em até 50%.
Para Niânylla Duarte, sustentabilidade não é um custo adicional, mas um componente intrínseco da eficiência. Reduzir desperdício de material, otimizar o uso de água e energia e melhorar a logística são ações que, além de protegerem o meio ambiente, geram economia e aumentam a lucratividade dos projetos.
O Legado de uma Engenheira Transformadora
Combinando uma sólida carreira empresarial com uma produção acadêmica relevante, Niânylla Araújo Silva Duarte prova que a engenharia civil moderna é feita de dados, planejamento e uma visão de futuro. Seu trabalho não apenas constrói edifícios e infraestruturas, mas também estabelece um novo paradigma de gestão, onde risco é mitigado, o desperdício é combatido e a excelência operacional é a base de tudo.
Em um setor que historicamente sofre com atrasos de 20% a 30% em relação aos cronogramas previstos, as metodologias propostas por Duarte oferecem um caminho comprovado para a transformação. Seus estudos não são meramente teóricos; são frutos de uma experiência prática consolidada, testada em projetos reais e validados por rigor científico. A integração do BIM com Lean Construction, a avaliação multidimensional de riscos e a incorporação de práticas sustentáveis formam um tripé que, quando bem implementado, reduz custos, aumenta a confiabilidade e eleva a qualidade das entregas.
Para construtoras, incorporadoras e gestores de infraestrutura que buscam se diferenciar em um mercado cada vez mais competitivo e exigente, o trabalho de Niânylla Duarte representa não apenas uma fonte de conhecimento, mas um convite à ação. A excelência operacional não é um luxo reservado aos grandes projetos internacionais; é uma necessidade estratégica que qualquer empresa pode alcançar através da adoção de metodologias comprovadas e de uma liderança comprometida com a inovação e a qualidade.
Niânylla Araújo Silva Duarte, com sua trajetória de engenheira, empresária e pesquisadora, demonstra que é possível construir um legado que transcende as obras físicas. Seu legado é o de uma profissional que não apenas executa projetos, mas que reimagina como a construção civil pode ser mais eficiente, mais segura, mais sustentável e, acima de tudo, mais confiável. Em um setor que molda as cidades e infraestruturas do futuro, esse é um legado que merece ser reconhecido e replicado.
Referências
[1] Duarte, N. A. S. (2025). Modelos Integrados de Gestão de Obras Baseados em BIM para Redução de Retrabalho na Construção Civil: Proposta de um Framework de Avaliação de
Retorno sobre o Investimento (ROI).
1. Duarte, N. A. S. (2025). Estratégias Sustentáveis em Canteiros de Obras: Avaliação de Metodologias Ecoeficientes para Redução de Impacto Ambiental.
2. Duarte, N. A. S. (2025). Avaliação de Riscos Operacionais em Projetos de Infraestrutura:
Uma Abordagem Baseada em Procedimentos OSHA, ACI e ASCE de Revisão Sistemática de
Literatura.
[4] Duarte, N. A. S. (2024). Résumé Profissional.


