O Rio de Janeiro vive um cenário de insegurança que expõe o colapso da autoridade estatal.
Por William Dornelas Jornalista e Colunista
A chamada ADPF das Favelas (ADPF 635), proposta em 2020 pelo então deputado federal Alessandro Molon, do PSB, surgiu com o discurso de conter abusos em operações policiais nas comunidades. No entanto, o que se viu foi o oposto: Uma limitação perigosa à ação das forças de segurança e um crescimento assustador do poder do crime organizado.
De lá para cá, o Comando Vermelho expandiu seu domínio como nunca antes, aproveitando-se do enfraquecimento da presença policial e da paralisia imposta por decisões judiciais. O que era vendido como “proteção aos moradores” se tornou, na prática, um escudo jurídico que favoreceu as facções e enfraqueceu o Estado.
Enquanto policiais são cobrados, punidos e até criminalizados por cumprir o dever, os criminosos agem com liberdade, transformando comunidades inteiras em zonas dominadas. A inversão de valores é evidente: quem defende a sociedade é tratado como réu; quem espalha terror é tratado como vítima.
Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes deu 24 horas para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o pedido de informações a respeito de uma megaoperação policial no Rio.
Mais uma vez, o foco se volta para quem combate o crime, enquanto ninguém exige explicações dos grupos políticos que desafiam o Estado todos os dias e protegem essas facções criminosas.
A ADPF das Favelas pode ter nascido sob o argumento dos direitos humanos, mas acabou servindo como instrumento de desordem. O Estado foi limitado, o crime cresceu e o cidadão de bem ficou desprotegido.
O Rio de Janeiro precisa reencontrar o equilíbrio: proteger os inocentes sem paralisar a lei, e garantir direitos sem desarmar quem os defende.
Enquanto isso não acontecer, o poder continuará nas mãos erradas e o Estado seguirá refém de suas próprias decisões.


