O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu, na última sexta-feira (28), um inquérito civil para investigar um possível esquema de corrupção e fraude em licitações dentro da Prefeitura de Macaé. A investigação, conduzida pela Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo local, mira contratos suspeitos que podem ter servido de caixa-preta para repasses ilícitos a servidores, vereadores e até candidatos ligados ao poder municipal.
Entre as empresas sob suspeita estão a J.G. Manutenção, Conservação e Locação Ltda. ME e a Locadora Transol de Macaé Ltda., citadas em apurações como engrenagens de um mecanismo de fraude em certames públicos. As denúncias apontam que parte dos valores pagos pelos cofres do município teria sido desviada para financiar campanhas políticas e beneficiar integrantes da Câmara Municipal.
O escândalo ganhou força após o Ministério Público Federal (MPF) encaminhar provas robustas ao MPRJ. Em nível federal, já houve denúncia formal contra os empresários Regina Célia Caetano Vieira e Guilherme José Felipe de Almeida, acusados de manipular licitações. Outros investigados optaram por acordos de não persecução penal, admitindo participação no desvio de verbas públicas.
Agora, a investigação estadual amplia o foco e coloca sob suspeita não apenas empresários, mas também a Prefeitura de Macaé, a Câmara Municipal e diversos agentes públicos. O objetivo é rastrear os caminhos do dinheiro e dimensionar o rombo nos cofres municipais, que pode ultrapassar valores milionários.
A reportagem procurou a Prefeitura de Macaé e a presidência da Câmara Municipal, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
O caso levanta questionamentos graves sobre o uso do dinheiro público e reforça a suspeita de que o sistema de licitações em Macaé pode estar sendo usado como fonte de enriquecimento ilícito e financiamento político clandestino.