O Irã afirmou nesta segunda-feira (17) que Israel “não pode fazer nada” contra o país, depois que Tel Aviv e Washington prometerem frear as ambições nucleares do Irã.
“Devemos dizer que, diante de tais ameaças, eles não podem fazer nada”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ismail Baghaei, em uma entrevista coletiva.
Netanyahu disse neste domingo (16) que, com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “terminaria o trabalho” contra a “ameaça iraniana”, em uma entrevista que concedeu ao lado do chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, que estava visitando Jerusalém.
O premiê israelense destacou que tanto Israel quanto os Estados Unidos concordam que “os aiatolás não devem ter permissão para ter armas nucleares” e que “a agressão do Irã na região deve ser revertida”.
Irã e Israel trocaram ataques com mísseis no ano passado em meio à guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, marcando a primeira vez que se atacaram diretamente.
Baghaei classificou os comentários de Netanyahu de ontem como uma “violação” do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
“Em um mundo ideal com o império do direito, essas ameaças são uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e o orador (Netanyahu) deve ser responsabilizado em nível internacional”, defendeu o diplomata iraniano.
Desde que retornou à Casa Branca, Trump disse que tem duas opções para impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear: chegar a um acordo ou atacar o país.
Veículos de comunicação americanos, como o jornal The Wall Street Journal, também relataram que agências de inteligência dos EUA têm informações indicando que Israel está considerando atacar instalações nucleares iranianas nos próximos meses.
Ao mesmo tempo, Trump restabeleceu a chamada política de “pressão máxima” contra Teerã e aprovou novas sanções para cortar a venda de petróleo iraniano.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, rejeitou a possibilidade de negociações, dizendo que conversar com Washington “não é sensato, não é inteligente e não é honrado”.
A principal autoridade de Teerã lembrou que Trump abandonou em 2018 o pacto nuclear de 2015, assinado entre o Irã e seis potências e que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções.