Parte dos veículos estava em uma agência de locação no Recreio, na Zona Oeste, e outra era usada para corridas por aplicativo; um homem foi preso na ação
A Polícia Civil realizou, nesta quarta-feira (20), uma operação contra um grupo que aplicou um golpe de cerca de R$ 6 milhões em uma empresa multinacional de financiamento de veículos. Os carros adquiridos no crime estavam sendo expostos dentro de uma agência de locação no Recreio, na Zona Oeste, e outros eram usados para corridas por aplicativos em áreas dominadas pela milícia. Um homem foi preso durante a ação. Ao todo, os policiais recuperaram 23 automóveis.
A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE) identificou que os criminosos firmaram um contrato milionário com a financiadora, através de uma empresa de fachada, no município de Betim, em Minas Gerais, para aquisição de 76 veículos. A multinacional, porém, não recebeu qualquer valor e os carros desapareceram.
Com o avanço das investigações, a equipe descobriu que a documentação utilizada para a celebração do contrato era falsa. A partir disso, os veículos passaram a ser rastreados e os agentes apuraram que parte deles circulava por Santa Cruz e adjacências, na Zona Oeste, região com influência de milicianos.
“Mais uma ação no combate ao crime organizado, dessa vez atacando uma organização que praticou uma fraude milionária contra uma multinacional financeira de veículos. Esse grupo se valeu de uma empresa ‘laranja’, de fachada, para fazer um contrato de quase R$ 6 milhões. O setor de inteligência identificou que a maior parte desses veículos foi trazida para o Rio e estavam rodando em Santa Cruz, muito provavelmente em serviços de aplicativos. Parte do lucro dessas corridas sendo auferidos pelos milicianos locais”, contou o delegado Álvaro Gomes, titular da Draco.
Outros carros estavam sendo expostos para locação em um shopping no Recreio. Os policiais estiveram na agência e encontraram 11 automóveis frutos do estelionato. Além disso, havia materiais que abasteceriam uma oficina para a realização da manutenção dos veículos, uma vez que eles não poderiam ser levados até locais autorizados devido a sua natureza ilícita.
Os agentes prenderam Robson Soares Moreira Júnior, proprietário da agência, no momento em que se preparava para realizar uma locação. Ele responderá pelo crime de receptação qualificada. Segundo o delegado, o homem não soube explicar a origem dos veículos.
As investigações seguem para localizar mais automóveis, identificar a existência de outros sócios ligados a esta empresa e apurar a destinação financeira dos recursos obtidos com as locações dos automóveis.