Invasão silenciosa! Navio espião russo Yantar é localizado pela Marinha do Brasil e Força Aérea brasileira em uma caçada intensa de seis dias perto dos cabos submarinos, na Zona Econômica Exclusiva.
O que é a Zona Econômica Exclusiva?
A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) de um país é uma grande área marítima que se estende após o mar territorial até 200 milhas náuticas – cerca de 370 km. Embora sejam águas internacionais, de livre trânsito para navios estrangeiros, essa é uma área em que, como o nome sugere, apenas o país costeiro tem autorização para explorar atividades econômicas, como a pesca e a extração de petróleo. Atividades de pesquisas oceanográficas realizadas por navios estrangeiros também são proibidas, assim como operações de espionagem.
Embora não seja ilegal, por uma espécie de acordo de cavalheiros, nenhuma marinha do mundo, com exceção das marinhas dos Estados Unidos e da China, realiza exercícios navais dentro da ZEE de outro país. Até mesmo o trânsito de um navio militar pela ZEE de outro costuma ser previamente comunicado, para evitar incidentes diplomáticos.
Dentro das zonas econômicas exclusivas costumam passar cabos submarinos que ligam os servidores de internet de países de diferentes continentes. Estima-se que esses cabos respondam por 99% das comunicações transoceânicas e 97% das conexões de internet no mundo. Por isso, são alvos constantes de espionagem, já que comunicações militares, em muitos casos, também utilizam esses cabos submarinos.
Quando se fala em espionagem de cabos submarinos, um dos equipamentos militares mais modernos do mundo para realizar esse tipo de missão é o navio russo de coleta de inteligência para fins especiais, Yantar. Com 5,7 mil toneladas de deslocamento e 108 metros de comprimento, é equipado com sensores de alta tecnologia para rastrear o fundo do mar. O governo russo alega que não se trata de um navio espião, mas apenas de um navio de pesquisas oceanográficas.
Viagem ao Uruguai era apenas uma desculpa russa para espionar o Brasil
No entanto, o que não se sabia era que a viagem ao Uruguai era apenas uma desculpa russa. Na verdade, o Yantar rumava para o Brasil. Como se sabe, existem questões dentro das forças armadas que não podem ser divulgadas à imprensa, mas, com os serviços de inteligência militar, pode-se supor que a inteligência da Marinha do Brasil já havia alertado o Comando da Esquadra sobre a necessidade de proteger os cabos submarinos brasileiros. Afinal, o navio russo, temido por esse tipo de espionagem, estava se dirigindo ao Atlântico Sul.
Yantar, estaria espionando os cabos submarinos brasileiros
Um sinal de alerta foi imediatamente emitido: um navio com atitudes muito suspeitas estava desaparecido dos radares e navegando dentro da ZEE brasileira. A embarcação, muito provavelmente o Yantar, estaria espionando os cabos submarinos brasileiros. Diante dessa ameaça, uma operação de patrulha aeronaval foi desencadeada para localizar e identificar o navio suspeito.
Nessa situação, aviões P-3 Orion da Força Aérea brasileira, armados com poderosos mísseis antinavio Harpoon, e aviões de caça de ataque naval da Aviação Naval, A-4 SkyHawk, foram imediatamente acionados. No entanto, ao chegarem às coordenadas informadas pelos controladores de navegação, não encontraram nada.
Além disso, helicópteros da Marinha, como os modelos AH-11A Super Lynx, armados com mísseis antinavio Sea Skua, decolaram das fragatas brasileiras e iniciaram voos de busca pela área. Ainda assim, nada foi encontrado nas primeiras 24 horas.
Todas as fragatas e corvetas da Marinha brasileira foram designadas para patrulhar a gigantesca região
As operações de busca continuaram. Todas as fragatas e corvetas brasileiras que estavam navegando nas águas próximas à costa sudeste foram designadas para patrulhar a gigantesca região. Além disso, dezenas de navios de patrulha também foram mobilizados. A ZEE do Brasil é imensa, com cerca de 3,6 milhões de km² no total. Procurar uma embarcação em apenas parte dela seria como procurar uma agulha em um palheiro.
Para as Forças Armadas brasileiras, no entanto, localizar o navio espião era uma questão de honra. Após seis dias de buscas intensas e constantes por uma área gigantesca, no fim da tarde de segunda, dia 16 de Dezembro, um helicóptero da Marinha e um avião da Força Aérea Brasileira localizaram, conjuntamente, a embarcação suspeita a aproximadamente 50 milhas náuticas – cerca de 80 quilômetros – das praias do Rio de Janeiro. A localização exata era fora do mar territorial brasileiro, mas dentro da ZEE, exatamente sobre os cabos submarinos de comunicação brasileiros.
Marinha e a Força Aérea brasileira encontraram os espiões russos com a boca na botija
A suspeita se confirmou: a embarcação era realmente o navio espião russo Yantar. Ou seja, a Marinha e a FAB haviam encontrado os espiões russos, como se diz no popular, com a boca na botija. A atitude suspeitíssima do navio era corroborada pelo fato de o adido militar russo em Brasília não ter comunicado em nenhum momento à Marinha do Brasil que o Yantar estaria de passagem pela ZEE brasileira. Tampouco o comando do navio fez contato prévio. Pelo contrário, a embarcação tentou se ocultar, apostando que a Marinha e a FAB não conseguiriam localizá-la em uma área tão extensa.
Assim que as aeronaves brasileiras localizaram o navio espião russo, fizeram contato em inglês, conforme determina a legislação internacional, questionando o que aquela embarcação militar russa estava fazendo dentro da ZEE do Brasil, em cima dos cabos submarinos brasileiros. A tripulação russa deu uma resposta evasiva.
Após a resposta evasiva, não se sabe exatamente qual foi o diálogo entre a tripulação da aeronave brasileira e a do navio espião russo, mas o que se sabe é que, dois dias depois, o Yantar atracou no porto do Rio de Janeiro, mesmo sem nenhuma previsão oficial de realizar essa parada. O que se pode deduzir é que, após ter sido localizado em uma região tão sensível – sobre os cabos submarinos brasileiros –, sem qualquer comunicação prévia, a tripulação brasileira pode ter intimado o comando do navio russo a atracar no porto brasileiro mais próximo.
Essa ação teria o objetivo de forçar o comando russo a dar explicações sobre suas atividades na área, evitando assim sofrer um processo internacional sob acusação de espionagem ou realização de pesquisas oceanográficas não autorizadas. Afinal, mesmo que o trânsito de navios militares estrangeiros dentro da ZEE não seja ilegal, qualquer atividade de pesquisa ou espionagem é punível de acordo com o direito internacional.
Marinha do Brasil enviou um alerta claro à Rússia: não tentar novamente se esconder ou realizar atividades não autorizadas dentro da Zona Econômica Exclusiva Brasileira
A diplomacia russa estava se esforçando para aproximar do governo brasileiro da esfera de influência russa e afastá-lo dos Estados Unidos. Portanto, para evitar um incidente diplomático com o Brasil, é plausível supor que o comando do Yantar aceitou o “convite” brasileiro para atracar no porto e fornecer explicações oficiais.
Certamente, a tripulação russa deve ter oferecido alguma desculpa, como estar apenas de passagem ou em rota de retorno à Rússia, embora isso fosse uma mentira óbvia diante do comportamento anterior do navio.
Radar OTH 0100: A nova arma da Marinha do Brasil na defesa dos cabos submarinos e soberania nacional
Na ocasião, a Marinha dispunha apenas de um radar OTH, instalado no litoral do Rio Grande do Sul. A busca levou seis dias, uma demora que poderia ser evitada com o uso de tecnologias mais avançadas, após o incidente a marinha adquiriu o radar militar OTH 0100 que já está em funcionamento e planos para ampliação dessa tecnologia ao longo da costa brasileira, a Marinha está mais preparada para monitorar embarcações suspeitas e proteger suas infraestruturas críticas, como os cabos submarinos. Esse avanço coloca o Brasil em uma posição de destaque no monitoramento e defesa de sua ZEE, com a capacidade de identificar e afugentar navios espiões e outras ameaças potenciais em tempo recorde.
Fonte: Ministério da Defesa do Brasil
Por: Keith Carvalho
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Se você se identificou com esta matéria, saiba que a querida, Keith Carvalho é formada em MBA em Redes Sociais e Marketing, esportista, filha, mãe, cuida do lar, locutora e profissional na área de comunicação sendo para negócios, CEO da Keith Carvalho Comunicação, foi assessora de imprensa da PJC (Policia Judiciaria Civil) Diretoria de MT, foi jornalista da tv Record-MT, e entende muito bem como as mulheres se dividem em muitos papéis diariamente. Ouça está querida, de segunda a sexta-feira, no programa Café com Bate-papo na rádio pelo site: www.radiomfd.com das 15 h as 16, horário de Brasília e também entre em contato pelo e-mail: keithcarvalho44@gmail.com .