Ministro do STF impôs tornozeleira eletrônica e outras restrições a Jair Bolsonaro por suposta articulação para provocar sanções dos EUA contra o país
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a decisão de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, em razão da desaprovação por supostos “ataques à liberdade de expressão”. Ele também associa a decisão de aplicar a tarifa ao tratamento dado pelo governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de considerar a relação comercial entre os dois países “desequilibrada”.
Segundo Moraes, Bolsonaro e seu filho são investigados por tentar envolver o governo norte-americano em uma campanha contra autoridades brasileiras, entre elas integrantes do STF, da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República. A estratégia teria como objetivo desestabilizar o país economicamente e pressionar o Judiciário a arquivar ações contra o ex-presidente.
A Polícia Federal aponta que Eduardo procurou autoridades dos EUA pedindo sanções como cassação de vistos, bloqueio de bens e restrições comerciais. Jair Bolsonaro, por sua vez, teria apoiado a iniciativa, inclusive com o repasse de R$ 2 milhões para subsidiar a atuação do filho no exterior.
Além da tornozeleira e do recolhimento noturno, Moraes proibiu o ex-presidente de acessar redes sociais e visitar embaixadas. Bolsonaro também não pode manter diálogo com o próprio filho Eduardo.
Durante a operação da PF, realizada na manhã desta sexta-feira (18/7), foram apreendidos US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie, além de documentos e um pen drive escondido no banheiro da casa do ex-presidente.