AFASTADO E PRESO: STF DETERMINA QUEDA DE RODRIGO BACELLAR APÓS ACUSAÇÕES DE OBSTRUÇÃO DE INVESTIGAÇÕES
O cenário político do Rio de Janeiro sofreu um abalo significativo nesta terça-feira (3). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão e o afastamento imediato do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), após o trânsito em julgado da ação penal relacionada à chamada “trama golpista”.
A ordem de afastamento, que retira Bacellar do exercício do mandato de deputado estadual, foi emitida em caráter urgente. Segundo a decisão, o parlamentar teria atuado para interferir e obstruir investigações sensíveis que envolvem facções criminosas no Estado do Rio.
Suspeita de interferência e influência política
De acordo com informações da Polícia Federal anexadas ao processo, Bacellar teria utilizado sua posição para tentar dificultar o andamento de apurações que miravam organizações criminosas. Em sua decisão, Moraes destacou que o deputado possuía forte influência sobre setores do Poder Executivo estadual, o que ampliaria o risco de interferências indevidas.
O ministro classificou o caso como gravíssimo e destacou que a medida extrema — prisão e afastamento simultâneos — era necessária para impedir novos atos de obstrução.
Crime organizado infiltrado na política fluminense
Moraes também aproveitou o despacho para fazer um alerta sobre a atual conjuntura do Rio de Janeiro, indicando que o avanço do crime organizado nas estruturas do Estado alcançou níveis preocupantes.
Em trecho do documento, o ministro ressaltou:
“Uma das principais características das organizações criminosas atuantes no estado do Rio de Janeiro (…) é a infiltração política que tais grupos alcançaram nos últimos anos, seja na esfera municipal, estadual e federal.”
A afirmação reforça a percepção do STF de que a atuação de Bacellar não seria um episódio isolado, mas parte de um ambiente mais amplo de cooptação de agentes públicos por facções e grupos armados.
Afastamento como medida para proteger as investigações
O afastamento imediato da presidência da Alerj e do mandato parlamentar busca blindar o processo investigativo. Segundo o STF, manter Bacellar no cargo poderia comprometer diligências, intimidar testemunhas ou permitir acesso a informações estratégicas.
A decisão deve provocar um novo rearranjo no comando da Assembleia Legislativa e aprofundar a crise política no estado, já marcado por sucessivas investigações envolvendo autoridades públicas.
A defesa do deputado ainda não se manifestou até o fechamento desta matéria. O caso segue sob sigilo na Suprema Corte, e novos desdobramentos são esperados ao longo da semana.









