Operação no RJ e falas de Lula colocam violência como principal preocupação (38%) e travam aprovação do presidente
A recuperação progressiva na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perdeu fôlego em novembro. Segundo nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12/11), a aprovação ao governo oscilou de 48% para 47%, enquanto a desaprovação subiu de 49% para 50%. A diferença, que era de um ponto percentual em outubro, agora é de três, revertendo a trajetória positiva observada desde maio deste ano.
Quando a pergunta trata da avaliação geral do governo, 38% dos entrevistados consideram a gestão negativa, 31% a avaliam como positiva e 28% a classificam como regular.
De acordo com o instituto de pesquisa, a freada na melhora da avaliação do presidente está associada à megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, a mais letal da história recente do estado, com 121 mortos.
O episódio provocou forte repercussão nacional e, segundo o levantamento, trouxe de volta o tema da violência pública no centro das preocupações dos brasileiros: o assunto passou de 30% para 38% das menções como principal problema do país. A economia aparece em segundo lugar, com 15%.
O levantamento ainda indica um descompasso entre o discurso de Lula e a percepção da maioria da população. Segundo a pesquisa, a frase “traficantes são vítimas dos usuários”, dita pelo presidente no final de outubro, é rejeitada por 81% dos entrevistados, incluindo 66% dos eleitores identificados como lulistas. Para 51%, o comentário reflete uma opinião sincera do petista; outros 39% acreditam que se tratou de um mal-entendido.
A fala em que Lula classificou a operação no Alemão e na Penha como “desastrosa” também encontrou resistência. Mais da metade dos entrevistados (57%) discorda dessa avaliação, enquanto 38% concordam. Já a própria operação é aprovada por 67% dos brasileiros, mesmo índice dos que avaliam que não houve exagero na força policial empregada, contra 29% que consideram o contrário.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 pessoas, entre os dias 6 e 9 de novembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.









