Parto respeitoso é um direito: entendendo a violência obstétrica

A Gazeta Popular
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Por Dra. Índira Contrera

Toda mulher sonha em viver a chegada do seu filho como um momento único de amor e cuidado. Mas, infelizmente, muitas parturientes ainda enfrentam situações de dor desnecessária, desrespeito e humilhação dentro do ambiente hospitalar. Isso se chama violência obstétrica.

A violência obstétrica acontece quando a gestante tem seus direitos violados durante a gestação, o parto ou o pós-parto. Isso pode acontecer de várias formas: desde negar a presença de um acompanhante (direito garantido por lei), até impor procedimentos sem explicação ou consentimento, como cortes, manobras dolorosas e medicações desnecessárias. Também é violência quando há palavras ofensivas, gritos ou pressões psicológicas.

O que muitas mulheres não sabem é que o parto respeitoso é um direito. Isso significa ter acesso à informação clara, poder decidir sobre o próprio corpo e ser tratada com dignidade durante todo o processo. O respeito às escolhas da gestante não é favor, é dever da equipe de saúde.

Quando esse direito é negado, a mulher pode e deve reagir. Algumas medidas possíveis são:
• Solicitar seu prontuário médico e registrar tudo que aconteceu;
• Formalizar denúncia à ouvidoria do hospital e aos órgãos de saúde;
• Procurar apoio do Ministério Público e de órgãos de defesa da mulher;
• Buscar orientação jurídica para responsabilizar os envolvidos.

Falar sobre violência obstétrica é dar voz a milhares de mulheres que sofrem em silêncio. O silêncio protege quem pratica abusos; a informação protege quem pode ser vítima.

Toda mulher merece viver a experiência do parto com respeito, autonomia e amor. E a sociedade precisa compreender que defender um parto humanizado é defender o futuro de nossas famílias.

Se o parto é o início da vida, não deveríamos garantir que ele comece com respeito e humanidade?