O Brasil entrou em 2025 com a sensação de déjà-vu. A promessa de reconstrução virou discurso repetido, enquanto a realidade segue pesada para quem acorda cedo e fecha a conta no vermelho. A política voltou a ocupar o centro da vida do brasileiro não por esperança, mas por indignação.
O governo Lula insiste em falar para o passado. Age como se o país ainda fosse o mesmo de vinte anos atrás, ignorando que o Brasil mudou, que o povo está mais atento, mais informado e muito menos paciente. O resultado é um governo que fala muito, mas entrega pouco.
A economia patina. O custo de vida sobe silenciosamente, corroendo o salário de quem vive de trabalho e não de discurso. O Estado cresce, a máquina engorda e o cidadão sente no bolso cada decisão mal explicada, cada imposto disfarçado, cada promessa que não se cumpre.
No campo político, o clima é de tensão constante. O Planalto governa mais preocupado em agradar aliados do que em resolver problemas reais. A velha prática do “toma lá, dá cá” voltou com força total, enquanto o brasileiro comum assiste, cansado, à repetição do mesmo roteiro.
A relação do governo com a liberdade preocupa. Críticas são tratadas como ataques, opositores viram inimigos e qualquer questionamento é rotulado como extremismo. Isso não fortalece a democracia, enfraquece. Democracia não é silêncio imposto, é debate aberto.
O Brasil de 2025 é um país dividido não por ideologia, mas por confiança. Uma parte da população já não acredita no governo. Outra ainda tenta justificar erros evidentes. No meio disso tudo, cresce um sentimento de frustração que não cabe mais nos discursos oficiais.
E é justamente esse sentimento que aponta para 2026. O próximo ano eleitoral não será apenas uma disputa de nomes, mas um julgamento. Um julgamento sobre inflação, insegurança, falta de rumo e promessas não cumpridas.
A sociedade começa a buscar alternativas. Há um cansaço claro com a política tradicional, com os mesmos rostos, as mesmas falas e as mesmas desculpas. O eleitor quer alguém que entenda sua rotina, não alguém que viva em palácio.
Se 2025 foi o ano da confirmação das decepções, 2026 tende a ser o ano da reação. A política brasileira entra em um momento decisivo, onde o discurso bonito já não convence e a realidade fala mais alto.
O Brasil não precisa de salvadores da pátria, precisa de responsabilidade, liberdade e respeito ao cidadão. O povo está observando. E, diferente do que muitos no poder pensam, ele não esquece tão fácil.
Por William Dornelas – Jornalista – Colunista


