Deixa eu te contar uma história que me atravessou.
Essa semana, em Cabo Frio, algo muito maior do que uma reforma aconteceu. À primeira vista, pode até parecer “só” uma cozinha nova. Mas, se a gente olha com mais atenção, percebe que ali foi entregue dignidade, cuidado e um novo jeito de se enxergar.
Marlúcia, moradora do bairro Reserva do Peró, teve sua cozinha completamente transformada por uma ação chamada Power Day, idealizada pelo Açaí do Forte. Mas não foi só o ambiente que mudou. Foi a rotina. Foi a autoestima. Foi o corpo. Foi a forma como ela se sente dentro da própria casa.
E isso faz toda a diferença.
Além da reforma, Marlúcia recebeu acompanhamento de saúde, apoio nutricional, exames, roupas, um dia de cuidado com ela mesma — cabelo, maquiagem, manicure — e até um suporte financeiro. Ao longo de meses, esse cuidado refletiu em algo concreto: mais saúde, mais leveza, menos 11 quilos no corpo e um peso enorme a menos na alma.
O que mais me chama atenção nessa história não é o valor investido, nem a lista de parceiros (que foi grande e essencial). É o conceito por trás disso tudo.
A fundadora do Açaí do Forte, Jaqueline Almeida, deixou claro desde o início: a ideia nunca foi só reformar um espaço. Foi lembrar uma mulher do seu valor. Foi dizer, na prática: “você importa”.
E repare no simbolismo: a cozinha.
A cozinha é onde a vida acontece. Onde a gente alimenta quem ama. Onde as conversas mais sinceras surgem. Onde o cuidado se materializa. Transformar esse espaço é, de alguma forma, reorganizar a própria história.
Marlúcia vive há anos em uma casa em construção. Como tantas famílias brasileiras, tudo foi feito aos poucos, com esforço e sacrifício. A cozinha, até então, era improvisada. Reboco aparente. Falta de estrutura. E, ainda assim, era ali que ela orava, sonhava e esperava por dias melhores.
Quando a oportunidade surgiu — por meio de um concurso nas redes sociais — a história dela tocou milhares de pessoas. Não por pena, mas por verdade. Por identificação. Por humanidade.
No dia da entrega, Marlúcia só viu o resultado final quando tudo estava pronto. E a reação dela diz muito mais do que qualquer texto poderia explicar. Ela não falou só de móveis novos. Falou de se sentir digna. Falou do prazer simples de sentar e comer em paz. Falou de fé. Falou de recomeço.
E é isso que me faz refletir.
Quando empresas decidem ir além do discurso e colocam propósito em ação, algo real acontece. Quando profissionais se unem, voluntariamente, para cuidar de alguém por inteiro — corpo, mente, casa e autoestima — a transformação deixa de ser estética e passa a ser humana.
O Power Day não é sobre marca. É sobre movimento. Sobre comunidade. Sobre lembrar que impacto social não precisa ser distante ou genérico. Ele começa perto. Ele começa olhando para quem está do nosso lado.
Histórias como a da Marlúcia nos lembram que desenvolvimento não é só crescimento econômico. É qualidade de vida. É pertencimento. É sentir que a sua história importa.
E, sinceramente? Importa mesmo.
Que venham outras edições, outras mulheres, outras cozinhas que virem símbolo de algo maior. Porque quando o cuidado é verdadeiro, ele transborda. E transforma.


