Na tarde de 6 de janeiro de 2025, um trágico episódio chocou a cidade de Osasco, na Grande São Paulo. Adilson Custódio Moreira, secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano do município, foi assassinado a tiros por um guarda civil municipal dentro da sede da Prefeitura. O incidente ocorreu durante uma reunião na Sala Oval, tradicionalmente reservada para encontros oficiais importantes, incluindo discussões estratégicas e reuniões de alto escalão.
O secretário-adjunto tinha agendado a reunião com guardas civis municipais para abordar questões relacionadas à estrutura e ao planejamento da corporação no novo governo liderado pelo prefeito Gerson Pessoa. A discussão, que deveria ser focada em melhorias para a Guarda Civil Municipal, culminou em um desentendimento grave entre Adilson e um dos agentes presentes, levando à tragédia.
Após efetuar os disparos, o guarda civil trancou-se na Sala Oval, onde permaneceu por aproximadamente duas horas. Enquanto isso, equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) foram acionadas para negociar sua rendição. O episódio mobilizou uma grande operação policial no entorno da Prefeitura, envolvendo ambulâncias, viaturas da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros.

Detalhes do incidente na Prefeitura
Adilson Custódio Moreira havia iniciado seu dia com a expectativa de consolidar planos que beneficiariam a Guarda Civil Municipal, instituição fundamental para a segurança pública local. A reunião, contudo, foi interrompida de forma abrupta quando o guarda civil municipal, cujo nome não foi divulgado, reagiu de forma violenta durante uma troca de palavras. Os disparos geraram pânico entre os presentes, e os outros guardas civis que estavam na sala rapidamente deixaram o local.
A negociação conduzida pelo GATE foi delicada e exigiu um esforço considerável das autoridades. Por volta das 19h30, o guarda civil entregou-se às autoridades e foi imediatamente detido. Ele foi levado à Delegacia Seccional de Osasco, onde aguarda os desdobramentos legais do caso.
Contribuição e legado de Adilson Custódio Moreira
Com uma trajetória de oito anos de serviço público, Adilson Custódio Moreira era uma figura respeitada na administração de Osasco. Ele iniciou sua atuação na Prefeitura durante a gestão do ex-prefeito Rogério Lins, permanecendo no cargo durante a administração atual de Gerson Pessoa. Reconhecido por seu compromisso com a segurança pública, Adilson foi um defensor incansável do fortalecimento da Guarda Civil Municipal e da modernização das práticas de segurança.
Entre suas iniciativas mais notáveis, destacavam-se ações voltadas para o treinamento e a capacitação dos agentes, além da busca por melhores condições de trabalho e investimentos em infraestrutura. Sua morte representa uma perda irreparável não apenas para a administração pública, mas também para os cidadãos de Osasco.
A mobilização das autoridades no local
Logo após os disparos, o prédio da Prefeitura de Osasco foi rapidamente esvaziado, e os corredores foram interditados para a realização dos trabalhos das equipes de perícia e investigação. Ambulâncias e viaturas da Polícia Militar cercaram o edifício, enquanto funcionários foram orientados a se retirar para garantir sua segurança.
O prefeito Gerson Pessoa, que não estava presente no local no momento do incidente, expressou profunda tristeza e decretou luto oficial de três dias no município. Em comunicado, destacou a dedicação de Adilson ao município e reforçou a necessidade de esclarecer os motivos que levaram à tragédia.
Contexto histórico da Guarda Civil Municipal de Osasco
A Guarda Civil Municipal de Osasco, fundada há mais de três décadas, desempenha um papel crucial na segurança do município. Em junho de 2024, a corporação celebrou 34 anos de serviços prestados à comunidade, ocasião em que Adilson Moreira destacou a importância do trabalho conjunto entre a Guarda e a administração pública para garantir a segurança dos cidadãos.
Nos últimos anos, a corporação enfrentou desafios significativos, incluindo episódios de violência e a necessidade de reestruturação. Em novembro de 2024, um caso envolvendo a Guarda chamou a atenção da opinião pública, quando um agente atirou e matou um morador de rua que havia esfaqueado dois homens e ameaçava atacar os guardas com uma faca. O episódio trouxe à tona debates sobre o preparo emocional e psicológico dos agentes.
Impacto na comunidade de Osasco
A morte de Adilson Custódio Moreira gerou grande comoção entre os moradores de Osasco e os funcionários da Prefeitura. Muitos lamentaram a perda de um servidor público dedicado e questionaram como um desentendimento pôde escalar a tal ponto dentro de um ambiente que deveria ser sinônimo de segurança.
A tragédia também levantou questões sobre o estado emocional e psicológico dos agentes da Guarda Civil Municipal. As condições de trabalho e a pressão enfrentada pelos guardas são aspectos que exigem maior atenção das autoridades. Especialistas destacam que a promoção de programas de apoio psicológico e capacitação contínua pode ser essencial para evitar episódios semelhantes.
Desafios e próximos passos
Com as investigações em andamento, a Polícia Civil busca esclarecer os motivos que levaram ao assassinato de Adilson. Entre os elementos analisados estão depoimentos dos presentes, imagens de câmeras de segurança e a análise do histórico do agressor.
Paralelamente, a Prefeitura de Osasco planeja implementar medidas para reforçar a segurança em suas dependências e garantir um ambiente de trabalho mais seguro para todos os servidores. Além disso, espera-se que o caso motive discussões mais amplas sobre políticas de segurança pública e a relação entre agentes de segurança e gestores municipais.
Aspectos que merecem atenção
- A estrutura da Guarda Civil Municipal: Os desafios enfrentados pela corporação incluem a necessidade de mais investimentos em treinamento e recursos, além de uma gestão eficaz que promova a segurança e o bem-estar dos agentes.
- A segurança nos prédios públicos: O incidente evidencia a necessidade de revisar protocolos de segurança e implementar medidas que previnam situações de violência em ambientes administrativos.
- A saúde mental dos agentes: A pressão e os riscos enfrentados pelos guardas civis exigem um acompanhamento psicológico regular, capaz de identificar sinais de estresse e prevenir atos extremos.
Repercussões e desdobramentos esperados
A morte de Adilson Custódio Moreira deixa uma lacuna na administração pública de Osasco e na comunidade que ele serviu com tanto empenho. Enquanto o município se recupera da tragédia, a esperança é de que o caso seja um catalisador para mudanças positivas na segurança pública local.
Com os desdobramentos das investigações e as medidas prometidas pela administração municipal, espera-se que lições sejam aprendidas e aplicadas para fortalecer tanto a Guarda Civil Municipal quanto a segurança no município de Osasco.