Um caso de tuberculose diagnosticado em uma professora de uma unidade escolar em Bangu na zona oeste, gerou preocupação na comunidade escolar. A profissional foi afastada após a confirmação da doença, já que mantinha contato diário com alunos e funcionários. No entanto, não é possível afirmar em que momento ou local ocorreu o contágio, e não há confirmação de transmissão dentro do ambiente escolar.
Entrei em contato com a Clínica da Família Maria José Souza Barbosa, que atende a região.
O Gestor da unidade informou que a manifestação oficial seria feita por meio da CAP (Coordenadoria de Atenção Primária).
Diante disso, também solicitei posicionamento diretamente à Secretaria Municipal de Saúde, que emitiu a seguinte nota:
NOTA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE :
“A região de Bangu hoje é uma das áreas com maior incidência de tuberculose da cidade. E não se pode afirmar que a infecção aconteceu no ambiente escolar.
De acordo com as orientações técnicas do Ministério da Saúde, crianças até 10 anos, especialmente as menores de 5 anos, não apresentam capacidade de transmissão da tuberculose. Nessa faixa etária, a forma clínica predominante é paucibacilífera, ou seja, com número muito reduzido de bacilos nas secreções respiratórias, o que torna a possibilidade de contágio praticamente inexistente.
O afastamento escolar é recomendado apenas quando há instabilidade clínica do paciente. Após início do tratamento e avaliação médica, o retorno pode ocorrer sem necessidade de isolamento.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a criança mencionada tem 5 anos e se encontra em tratamento regular, tendo iniciado o tratamento precocemente, o que elimina o risco de disseminação. O acompanhamento do caso segue as medidas preconizadas pela Atenção Primária à Saúde, com foco na vigilância dos contatos adultos, que são os principais responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão da tuberculose.
Quanto à profissional, ela se encontra em tratamento regular, sob acompanhamento da unidade de saúde de referência de sua residência. O diagnóstico e o início do tratamento ocorreram no princípio de novembro e a Vigilância em Saúde está conduzindo as ações previstas de monitoramento e acompanhamento de contatos, conforme protocolo.
Além do monitoramento dos contatos, a SMS também faz ações educativas e de vigilância ativa no EDI Maria do Carmo de Sousa Piran, voltadas à comunidade escolar, com orientações sobre sintomas, prevenção (ventilação e etiqueta respiratória), diagnóstico precoce e tratamento adequado, com o objetivo de romper a cadeia de transmissão e garantir ambiente ainda mais seguro a alunos e profissionais.”
Continuo acompanhando o caso e reforço que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, não há confirmação de transmissão dentro do ambiente escolar.
Por William Dornelas (Jornalista – Repórter – Colunista)


