Renê da Silva Nogueira Junior está preso preventivamente sob a acusação de ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes em meio a uma briga de trânsito
O que Renê fez?
O empresário é suspeito de atirar contra o gari com um tiro e fugir. Conforme os registros, a vítima foi atingida por um tiro que acertou o lado direito das costelas e saiu pelo esquerdo. Ele deu entrada no Hospital Santa Rita, em Contagem, na Grande BH, mas morreu momentos depois por hemorragia interna.
O gari Tiago Rodrigues, que acompanhava Laudemir no momento do assassinato, contou que o atirador estava “frio” e não demonstrava sentimentos. “Assim que atirou, ele entrou no carro como se nada tivesse acontecido e foi embora”, contou.
Segundo a Polícia Civil, Renê afirmou que não passou pelo local do crime. Em depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Renê contou que saiu de casa às 8h05, no Vila da Serra, em Nova Lima (MG), em direção a Betim (MG), onde trabalhava como diretor de uma empresa.
Segundo ele, demorou cerca de 30 minutos para chegar devido ao congestionamento e que sempre passa por vias principais, sob orientação da esposa, uma vez que não é da Grande BH e não conhece bem as vias. Diz ele que chegou à empresa às 9h17 ou 9h27, onde permaneceu até às 13h. A Polícia Militar foi acionada às 9h07.
Como foi o crime?
Laudemir de Souza Fernandes foi morto com um tiro na manhã de segunda-feira (11/8), em uma discussão de trânsito no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte. Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), ele trabalhava na coleta de lixo junto a outros garis quando a motorista do caminhão, Eledias Aparecida Rodrigues, de 42 anos, parou e encostou o veículo para permitir a passagem de um carro, modelo BYD, conduzido pelo empresário Renê da Silva.
De acordo com testemunhas, Renê abaixou o vidro e gritou para a condutora que, se alguém encostasse no carro dele, mataria a pessoa. Diante da ameaça, os garis, incluindo Laudemir, pediram que o motorista se acalmasse e seguiram orientando-o a continuar o trajeto. Ainda assim, ele desceu do veículo visivelmente alterado, apontou uma arma para o grupo e disparou, atingindo Laudemir.
Em seu depoimento à polícia, o também gari Evandro Marcos de Souza, de 35 anos, contou que o suspeito chegou a mirar contra a cabine do caminhão e ameaçar “dar um tiro na cara” da motorista. Ao ultrapassar o veículo, Renê teria desembarcado já com a arma em punho. Eledias confirmou a versão do colega e ainda disse à polícia que havia espaço suficiente para o carro passar sem que fosse necessário o tom agressivo.
O gari Tiago contou que a equipe de limpeza chegou a dar passagem ao empresário, que já se aproximava de forma ameaçadora. Ele disse ter tentado apaziguar a situação, pedindo que o motorista seguisse seu caminho em paz, já que os garis apenas cumpriam o trabalho. “Naquela hora, eu gritei: “Você vai dar um tiro na mulher trabalhando? Vai matar ela dentro do caminhão?”.
O gari relatou que o suspeito teria seguido com o carro, mas logo parado o veículo, descido, sacado a arma e dito: “Vocês estão duvidando de mim?”. Depois disso, Tiago disse que gritou questionando se o homem ia atirar neles, que estavam trabalhando. Em seguida, Laudemir de Souza Fernandes foi atingido por um tiro no abdômen.
A vítima foi socorrida e levado ao Hospital Santa Rita, no bairro Jardim Industrial, em Contagem, na Grande BH, onde morreu. Ele foi velado e enterrado nessa terça-feira (12).