Comando Vermelho teria determinado que comerciantes não atendam agentes de segurança em Amontada e Marco; PMs precisam se deslocar até Itapipoca para fazer refeições
Policiais militares lotados nos municípios de Amontada e Marco, no interior do Ceará, estão enfrentando uma situação inusitada e preocupante: não conseguem se alimentar nos próprios locais de trabalho. A restrição ocorre após a circulação de um “salve” — uma espécie de comunicado interno — emitido pela facção Comando Vermelho (CV), ordenando que comerciantes locais não forneçam refeições aos policiais.
Com a medida imposta pelo crime organizado, os agentes têm sido obrigados a se deslocar até a cidade de Itapipoca, situada a cerca de 50 quilômetros de distância, para conseguir almoçar ou jantar durante o expediente. A informação foi divulgada pelo jornalista Donizete Arruda.
O episódio reforça o clima de intimidação enfrentado pelas forças de segurança em regiões do Estado sob forte influência do tráfico de drogas e expõe a vulnerabilidade operacional dos policiais em localidades dominadas por facções criminosas.
Até o momento, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Analistas da área de segurança apontam que a imposição de restrições como essa é um mecanismo de controle territorial utilizado por grupos criminosos para desmoralizar e constranger o poder público, ampliando sua influência social e econômica nas comunidades.








