Ex-deputado é preso por grilagem de terra em Búzios

A Gazeta Popular
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A Promotoria de Búzios e a Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam, na manhã desta terça-feira (10), o ex-deputado estadual e ex-policial civil Natalino Guimarães, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, por organização criminosa. A 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital expediu mandado de prisão preventiva contra ele, que é acusado de invasão de terras, crimes ambientais e loteamento irregular em Búzios, na Região dos Lagos. Ele foi levado para a Cidade da Polícia. A milícia do Rio está por traz do desmatamento e lançamento de loteamentos irregular em Búzios. O dono de uma empresa que vendia os terrenos ilegais em Búzios também foi preso no Rio.

Ao todo, são sete mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa responsável pela prática de grilagem, na região de Búzios, na Região dos Lagoa. Os mandados são cumpridos em Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras e Rio de Janeiro. No total, 12 pessoas foram denunciadas por crimes ambientais, parcelamento irregular de solo urbano e outros ilícitos, na Operação Nova Grilagem. Natalino José Guimarães, ex-policial e político com base eleitoral na zona oeste do Rio, é um dos presos. Ele foi eleito deputado estadual em 2006.

Os mandados expedidos pelo Juízo da Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital estão sendo cumpridos em diversos endereços nos municípios de Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras, além da capital.

A investigações tiveram início a partir de notícias-crime comunicando a ocorrência de invasões de terras por grupos armados em diversos terrenos, na região da Estrada da Fazendinha. Segundo a denúncia do MPRJ, o grupo estaria em atividade desde o ano de 2020, utilizando práticas violentas e fraudulentas para ocupar e comercializar terrenos na região. As apurações revelaram que a organização utilizava seguranças armados para intimidar moradores e proprietários, desmatava áreas protegidas e promovia queimadas.

Ainda segundo a denúncia, o grupo se valia de ações judiciais sem decisões favoráveis como argumento para justificar a invasão e comercialização dos terrenos. Segundo a inicial da ação penal, com o ajuizamento de ações, e sem decisão judicial, os líderes promoviam a invasão violenta das terras e colocavam seguranças 24 horas nas áreas invadidas. Após as invasões, desmatavam com retroescavadeiras e motosserras as áreas invadidas, reloteavam a área e passavam a vender os terrenos.

A denúncia do MPRJ destaca que o grupo criminoso se aliou a uma empresa sediada em Campo Grande para promover o loteamento da área invadida e venda dos terrenos. Além disso, deu lotes a figuras conhecidas por envolvimento com a milícia em troca da prestação de serviço de segurança das invasões promovidas.