Na tarde desta quinta-feira (9), María Corina Machado, principal líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela, foi sequestrada por agentes ligados ao governo chavista.
O incidente ocorreu em Chacao, nos arredores de Caracas, logo após uma manifestação contra Maduro. Segundo aliados, a política foi interceptada a tiros enquanto estava em uma moto, derrubada e levada à força.
Durante o período em que esteve detida, María Corina foi forçada a gravar vídeos cuja natureza ainda não foi revelada. Mais tarde, ela foi libertada, mas o episódio gerou revolta entre os oposicionistas. “O fato de María Corina estar livre não minimiza o que aconteceu: ela foi sequestrada em condições violentas”, criticou Edmundo González Urrutia, presidente eleito segundo apurações paralelas conduzidas pela oposição.
María Corina vivia na clandestinidade desde o ano passado, quando passou a ser alvo de um inquérito do regime chavista sob acusações de instigação à insurreição e conspiração. Sua candidatura à presidência foi vetada pelo governo de Maduro, levando a oposição a apoiar González, que afirma ter vencido as eleições com 67% dos votos segundo atas coletadas paralelamente.
O incidente ocorre em meio a um ambiente político tenso, já que Maduro deve ser empossado para um novo mandato, apesar de acusações de fraude eleitoral e o não reconhecimento internacional de sua vitória.
A oposição venezuelana e organismos internacionais seguem acompanhando de perto a situação, que destaca os desafios enfrentados pela democracia no país.