Argentina surpreende o mundo e tem segundo maior crescimento econômico em 2025, impulsionada por reformas de Milei

A Gazeta Popular
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Pouco mais de um ano e meio após a posse de Javier Milei, a Argentina colhe resultados econômicos que estão sendo elogiados em todo o mundo.

Matthew Lynn, colunista do jornal britânico The Telegraph, publicou em julho um texto que mencionou o país governado pelo presidente libertário como um exemplo de racionalidade em um mundo de incerteza econômica.

“Quando o resto do mundo acordará para o milagre argentino?”, escreveu Lynn.

“Enquanto a França aboliu os feriados bancários para manter os mercados de títulos felizes, enquanto a chanceler [do Tesouro britânico] Rachel Reeves luta para preencher o mais recente ‘buraco negro’ nos livros contábeis do país, e enquanto até mesmo o mercado de títulos dos Estados Unidos se preocupa com a independência do Federal Reserve [Fed, o banco central americano], um país – e um muito improvável – está recebendo uma elevação na classificação”, afirmou o colunista, mencionando a recente elevação da nota da Argentina junto à agência de classificação de risco Moody’s.

Desde que chegou à Casa Rosada, no final de 2023, Milei promoveu a política do “déficit zero” cortando gastos – fechando ou fazendo fusão de departamentos, suspendendo obras públicas e cortando subsídios governamentais para serviços como luz, água e transporte público, entre outras medidas –, iniciou um processo de privatização de estatais, reduziu a burocracia e impostos e acabou com os controles cambiais.

Como consequência, dados coletados e divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec) têm comprovado o desempenho argentino elogiado por Lynn.

A inflação no país, que havia sido de 25,5% na variação mensal e 211,4% no acumulado em 12 meses em dezembro de 2023, quando Milei tomou posse, chegou em junho a 1,6% e 39,4% nos dois patamares, respectivamente.

No segundo semestre de 2024 (período com indicadores mais recentes), o Indec apontou que o percentual de domicílios abaixo da linha da pobreza nas áreas urbanas da Argentina chegou a 28,6%, uma queda de 13,9 pontos percentuais em relação aos seis primeiros meses do ano passado.

A respeito do crescimento econômico, após dois anos de recessão, a Argentina deve ter um incremento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,5% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo com o Indec, no primeiro trimestre, a economia argentina cresceu 5,8% na comparação com o mesmo período em 2024.

Em julho, o instituto divulgou que os salários de empregados formais cresceram 2,4% em maio, acima da inflação de 1,5% registrada no quinto mês do ano.

A respeito da afinidade de Milei com a gestão Donald Trump, Gallo disse que “isso pode gerar alguma vantagem diplomática que, por exemplo, o Brasil não tem agora”, facilitando conversas e destravando investimentos – mas, sozinha, essa relação não será suficiente para a Argentina.

“Novamente, o que realmente atrai capital estrangeiro é a estabilidade de regras, a previsibilidade e a confiança. Relação pessoal entre presidentes ajuda, mas não substitui fundamentos econômicos”, finalizou.