CPI amplia investigações e quer explicações de Bacellar e Garotinho sobre crise da segurança no RJ

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CPI DO CRIME ORGANIZADO APROVA CONVOCAÇÃO DE RODRIGO BACELLAR E CONVIDA GAROTINHO PARA DEPOR SOBRE AVANÇO DAS FACÇÕES NO RIO

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado aprovou, nesta terça-feira (9/12), a convocação do presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, além do envio de um convite formal ao ex-governador Anthony Garotinho. Ambos deverão prestar depoimento sobre a crescente influência de facções criminosas no estado e possíveis interferências em ações de segurança pública.

As solicitações foram feitas pelo relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que destacou que o Rio de Janeiro se tornou uma “vitrine” do crime organizado no país.
O Rio de Janeiro hoje é, ao mesmo tempo, um laboratório do crime organizado e uma grande vitrine. O estado, que é um patrimônio dos brasileiros, aparentemente foi totalmente dominado pelo crime organizado”, afirmou.

Bacellar no centro das investigações sobre vazamento na Operação Zargun

A convocação de Bacellar ocorre em meio ao escândalo envolvendo o vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada pela Polícia Federal contra agentes públicos supostamente ligados ao Comando Vermelho. O parlamentar, afastado da presidência da Alerj, chegou a ser preso preventivamente, acusado de antecipar dados estratégicos ao deputado TH Joias (MDB), detido em setembro por ligações com a facção.

Segundo a PF, o repasse de informações teria prejudicado o andamento das investigações e favorecido integrantes do grupo criminoso.

Alerj revoga prisão e reacende debate político

Na segunda-feira (8/12), o plenário da Alerj votou pela revogação da prisão preventiva de Bacellar. A decisão foi oficializada no Diário Oficial desta terça-feira.
O projeto de resolução que garantiu a liberdade do deputado registrou 42 votos favoráveis, 21 contrários, duas abstenções, além de três ausências e um deputado licenciado. A medida reacendeu debates sobre blindagem política e interferência no trabalho das autoridades federais.

Garotinho é chamado por denúncias e histórico na segurança pública

Embora não convocado, Garotinho foi convidado a prestar esclarecimentos. O senador Alessandro Vieira justificou o convite afirmando que o ex-governador é uma figura pública de grande relevância, ex-secretário de segurança e tem feito “reiteradas e densas denúncias” sobre o avanço do crime organizado no Estado do Rio.

A expectativa é de que o ex-governador apresente documentos e relatos que, segundo ele, apontam distorções graves no sistema de segurança pública fluminense.

Próximos passos da CPI

O colegiado pretende intensificar as oitivas nas próximas semanas, mirando autoridades, agentes públicos e especialistas para mapear como facções e milícias vêm ampliando seu domínio sobre territórios, instituições e atividades econômicas no Rio de Janeiro.

A data dos depoimentos de Bacellar e Garotinho ainda será definida pela comissão.