LULA MINIMIZA AUSÊNCIA DE TRUMP NO G20 E REACENDE CLIMA DE ARROGÂNCIA NA DIPLOMACIA BRASILEIRA
Lula voltou a provocar controvérsia neste domingo ao comentar a ausência de Donald Trump na Cúpula do G20, realizada na África do Sul. Questionado sobre a falta do líder norte-americano, Lula afirmou que “não significa nada” a ausência e acusou Trump de “tentar acabar com o multilateralismo e fortalecer o unilateralismo”.
A declaração, que à primeira vista poderia soar como mero desdém político, acabou reforçando um traço recorrente no estilo diplomático do presidente brasileiro: a combinação de altivez retórica com desprezo estratégico — justamente em um momento em que Brasília tenta recompor pontes após meses de tensão com Washington.
Minimização calculada ou soberba diplomática?
Ao dizer que a ausência de Trump é apenas “sinal de que os Estados Unidos não estavam presentes”, Lula tenta projetar normalidade. Mas o esforço revela outra coisa: a dificuldade do governo brasileiro em lidar com o peso real da relação com Washington, especialmente após o chamado tarifaço de 50% e as sanções americanas a autoridades brasileiras — parte delas ainda em vigor.
Lula afirmou ainda que “a ausência de um dirigente não significa nada para o G20”, ignorando que a presença do chefe de Estado dos EUA, independentemente de quem ocupe o cargo, sempre molda o tom e o alcance geopolítico do encontro. A fala, mais do que minimizar, soa como tentativa de fingir que o desconforto diplomático não existe.
Contradições em série
Apesar do tom desafiador, Lula emendou que Trump “terá que presidir a próxima cúpula” em 2026, nos Estados Unidos, e que “todos nós iremos lá prestigiar”. A contradição é evidente: o presidente que afirma que a ausência do americano “não significa nada” é o mesmo que apressa-se para garantir presença e prestígio ao anfitrião do próximo encontro.
Para críticos do governo, a fala expõe o velho traço de prepotência que frequentemente prejudica a diplomacia brasileira: Lula ataca, ironiza e desdenha, mas, na prática, sabe que precisará manter portas abertas — especialmente com uma Casa Branca que, no momento, não demonstra grande disposição para facilidades comerciais ou indulgências políticas ao Brasil.
Um estilo que cobra seu preço
O presidente brasileiro tenta se colocar como defensor do multilateralismo, mas ao mesmo tempo recorre a declarações inflamadas que soam menos como liderança global e mais como irritação pessoal. O resultado é um discurso contraditório: Lula critica o unilateralismo, mas adota postura ríspida justamente quando a diplomacia exige precisão e cautela.
Com parte das sobretaxas removidas, mas sanções ainda mantidas, o momento exigiria sobriedade e reconstrução — não bravatas. Mas Lula, fiel ao seu estilo, prefere o palco ao bastidor e a frase de efeito ao diálogo técnico.
A reação à ausência de Trump poderia ter sido uma oportunidade de reposicionamento diplomático. Em vez disso, tornou-se mais um episódio que alimenta a percepção de arrogância e improviso — dois elementos que, somados, têm custado caro ao Brasil em sua estratégia internacional.








