Uma coluna publicada pelo jornalista Lauro Jardim revelou que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), viajou para Lima, no Peru, a bordo de um jato privado acompanhado de um advogado que representa um dos investigados no chamado “Caso Master” — inquérito que apura suspeitas de crimes financeiros envolvendo dirigentes do Banco Master. A viagem teve como destino a final da Copa Libertadores, disputada entre Palmeiras e Flamengo.
Segundo o colunista, além de Toffoli e do advogado, o avião transportava outras pessoas ligadas ao inquérito, incluindo profissionais do meio jurídico e indivíduos com participação direta no processo que tramita no Supremo. O ministro ainda não comentou publicamente o conteúdo da reportagem.
Sigilo imposto ao processo dias após a viagem
Poucos dias depois da viagem, Toffoli determinou sigilo máximo sobre o pedido apresentado pela defesa de Daniel Vorcaro — apontado como um dos principais alvos da investigação — e de outros investigados. A decisão restringiu o acesso aos autos, centralizou as informações na própria relatoria e removeu a publicidade de documentos relativos ao caso.
O inquérito, que está sob responsabilidade do ministro no STF, apura supostas movimentações financeiras irregulares, possíveis ilícitos societários e outras práticas que podem configurar crimes de natureza econômica. A defesa de Vorcaro nega irregularidades e afirma colaborar com as autoridades.
Repercussão e questionamentos
A coincidência temporal entre a viagem e a decisão de elevar o sigilo do processo tem repercutido nos bastidores políticos e jurídicos, levantando questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse. Até o momento, não há indicação formal de irregularidade relacionada à presença do ministro no voo, e nenhuma autoridade comentou oficialmente o tema.
O caso segue em tramitação no STF sob sigilo, e novas etapas da investigação devem ocorrer nos próximos meses.
