O presidente Lula empossou nesta quinta-feira, 24, o novo ministro das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, duas semanas depois da demissão do titular da pasta, deputado Juscelino Filho (União-PB).
A demora na confirmação do nome aconteceu por causa da recusa do primeiro convidado para o cargo, deputado Pedro Lucas (União-MA), em aceitar o cargo. A situação provocou irritação no Palácio do Planalto, expôs a divisão interna do União Brasil e confirmou a força do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na composição política do governo.
A escolha de Siqueira, ex-presidente da Telebrás, de perfil técnico, estancou a crise provocada pela inusitada recusa de Pedro Lucas. Por causa da indefinição do União Brasil, o Palácio do Planalto chegou a cogitar entregar o Ministério para o PSD. Mas prevaleceu a força de Alcolumbre na aliança com Lula. O nome do novo ocupante da pasta foi apresentado pelo presidente do Senado ao petista um dia depois da desistência do primeiro convidado.
Alcolumbre é peça fundamental para o governo na relação com o Congresso. No comando do Senado, ele tem poder para interferir favoravelmente na tramitação de pautas de interesse do Planalto, como a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, e, também, para segurar projetos que não interessem a Lula, caso do projeto de anistia dos acusados de tentativa de golpe de Estado.
Desde que voltou à presidência do Senado, Alcolumbre fez seguidos gestos de aproximação com o Planalto. A aliança se fortaleceu depois que Lula visitou o Amapá e deu declarações favoráveis à exploração de petróleo na margem equatorial, projeto defendido por Alcolumbre. Neste fim de semana, ele estará em Roma, na comitiva do petista que viajou para os funerais do papa Francisco.
Sobre a surpreendente recusa de Lucas, a explicação oficial é que ele preferiu permanecer na liderança do partido na Câmara para que o cargo não fosse entregue à ala do partido que se alinha com a oposição. Nessa caso, chama a atenção de que a representação do partido seja mais atrativa do que um cargo de ministro. Sinal dos tempos: com o domínio do Congresso sobre o orçamento, o poder sobre as emendas parlamentares se tornou mais relevante do ponto de vista político do que a caneta de um ministério.
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O presidente Lula empossou nesta quinta-feira, 24, o novo ministro das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, duas semanas depois da demissão do titular da pasta, deputado Juscelino Filho (União-PB).A demora na confirmação do nome aconteceu por causa da recusa do primeiro convidado para o cargo, deputado Pedro Lucas (União-MA), em aceitar o cargo. A situação provocou irritação no Palácio do Planalto, expôs a divisão interna do União Brasil e confirmou a força do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na composição política do governo.A escolha de Siqueira, ex-presidente da Telebrás, de perfil técnico, estancou a crise provocada pela inusitada recusa de Pedro Lucas. Por causa da indefinição do União Brasil, o Palácio do Planalto chegou a cogitar entregar o Ministério para o PSD. Mas prevaleceu a força de Alcolumbre na aliança com Lula. O nome do novo ocupante da pasta foi apresentado pelo presidente do Senado ao petista um dia depois da desistência do primeiro convidado.Alcolumbre é peça fundamental para o governo na relação com o Congresso. No comando do Senado, ele tem poder para interferir favoravelmente na tramitação de pautas de interesse do Planalto, como a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, e, também, para segurar projetos que não interessem a Lula, caso do projeto de anistia dos acusados de tentativa de golpe de Estado.Desde que voltou à presidência do Senado, Alcolumbre fez seguidos gestos de aproximação com o Planalto. A aliança se fortaleceu depois que Lula visitou o Amapá e deu declarações favoráveis à exploração de petróleo na margem equatorial, projeto defendido por Alcolumbre. Neste fim de semana, ele estará em Roma, na comitiva do petista que viajou para os funerais do papa Francisco.Sobre a surpreendente recusa de Lucas, a explicação oficial é que ele preferiu permanecer na liderança do partido na Câmara para que o cargo não fosse entregue à ala do partido que se alinha com a oposição. Nessa caso, chama a atenção de que a representação do partido seja mais atrativa do que um cargo de ministro. Sinal dos tempos: com o domínio do Congresso sobre o orçamento, o poder sobre as emendas parlamentares se tornou mais relevante do ponto de vista político do que a caneta de um ministério.