PREENSÃO DE 7 TONELADAS DE COCAÍNA EM ALTO-MAR ESCANCARA FALHAS NAS ROTAS BRASILEIRAS DO NARCOTRÁFICO
Uma megaoperação internacional realizada em alto-mar pela Marinha Francesa, com apoio da Polícia Judiciária de Portugal, resultou na apreensão de mais de 7 toneladas de cocaína, em uma das maiores interceptações registradas no Atlântico nos últimos anos. A ação, executada após semanas de monitoramento sigiloso, reacende o alerta sobre o papel estratégico do litoral brasileiro nas rotas globais de exportação de drogas.
Segundo autoridades europeias, o carregamento partiu do litoral brasileiro com destino direto ao continente europeu, repetindo um trajeto já bem conhecido de organizações criminosas que atuam na América do Sul. O navio interceptado navegava sob bandeira estrangeira e aparentava transportar apenas cargas regulares.
A cocaína, entretanto, estava escondida em compartimentos falsos, habilmente montados dentro da estrutura da embarcação e disfarçados entre contêineres de produtos lícitos. Investigadores afirmam que essa técnica, cada vez mais sofisticada, se tornou uma especialidade de grupos dedicados exclusivamente a infiltrar drogas em rotas comerciais internacionais.
Peritos que participaram da análise inicial confirmam que a logística utilizada reflete a atuação de organizações com amplo conhecimento sobre a cadeia marítima de exportações. O uso de contêineres comuns — muitas vezes embarcados em portos brasileiros — tem sido explorado como forma de camuflagem, dificultando inspeções e permitindo que grandes quantidades de droga atravessem oceanos sem levantar suspeitas.
Embora as autoridades envolvidas evitem apontar conclusões definitivas antes do avanço das investigações, a operação reforça a suspeita de que cargas comerciais brasileiras possam ter sido adulteradas ainda na origem. Esse tipo de manipulação, realizada geralmente por quadrilhas com acesso privilegiado a terminais portuários, evidencia um problema recorrente e estrutural.
A apreensão lança luz sobre a fragilidade dos portos brasileiros, onde a combinação de fiscalização limitada, alto volume de exportações e brechas na segurança cria terreno fértil para a atuação de narcotraficantes internacionais. Para especialistas, o episódio serve de alerta à comunidade global: o Brasil continua sendo um dos principais corredores de saída da cocaína que abastece a Europa.
Com o material apreendido já sob custódia e o navio escoltado para procedimentos legais, autoridades francesas e portuguesas devem compartilhar informações com órgãos de segurança brasileiros. O objetivo é rastrear a origem da carga, identificar possíveis cúmplices e avançar sobre as redes que seguem explorando o comércio marítimo como via preferencial para o tráfico de drogas em escala industrial.









