Nova liderança no diretório estadual desafia velhas estruturas e reflete insatisfação da base com rumos do partido no estado
Contents
Nova liderança no diretório estadual desafia velhas estruturas e reflete insatisfação da base com rumos do partido no estadoA vitória de Diego Zeidan na eleição para a presidência do PT-RJ marca uma virada simbólica e estratégica no cenário político fluminense. Considerado um nome jovem, combativo e oriundo das bases, Zeidan superou grupos tradicionais do partido, sinalizando uma clara mensagem de insatisfação da militância com a direção anterior e um anseio por renovação interna.Em uma disputa acirrada, Zeidan foi escolhido com apoio expressivo da base militante, vencendo candidatos ligados às antigas estruturas do PT estadual, frequentemente associadas ao pragmatismo político e alianças questionáveis. A eleição repercutiu nacionalmente, sendo lida como uma crítica interna à falta de protagonismo do PT no Rio de Janeiro nos últimos ciclos eleitorais.Crítica à velha guardaNos bastidores, a movimentação de apoio à candidatura de Zeidan expôs rachaduras internas, especialmente entre grupos que defendem maior alinhamento com movimentos sociais e sindicatos e setores mais institucionalizados do partido, frequentemente criticados por se afastarem da pauta progressista em nome da governabilidade.“A militância gritou por mudança. Estava cansada de ver o PT fluminense se apagar no cenário político estadual, refém de alianças frágeis e estratégias mal executadas. Diego representa o resgate da esperança e da combatividade petista no estado”, disse uma dirigente do movimento estudantil que apoiou Zeidan.Desempenho eleitoral estagnadoA escolha também reflete o incômodo com os reiterados fracassos eleitorais do PT-RJ, especialmente no interior e na Baixada Fluminense, redutos que outrora deram sustentação ao partido. Desde 2014, o PT tem encolhido no estado, perdendo espaço para partidos como o PSOL e o Republicanos, inclusive em áreas historicamente ligadas à esquerda.Para analistas políticos, o nome de Zeidan pode representar uma estratégia de reoxigenação do partido no Rio de Janeiro, com foco na reconstrução das bases e na retomada do protagonismo. “É uma aposta de risco, mas necessária. O PT-RJ não podia continuar com a mesma fórmula que o levou à irrelevância local”, afirma o cientista político Eduardo Sales.O desafio da unificaçãoApesar do apoio das bases, Zeidan terá o desafio de unificar o partido, lidar com alas ressentidas e articular um projeto político consistente para 2026. Sua vitória tem sido celebrada como um rompimento simbólico com a “velha política interna”, mas exigirá habilidade para manter a coesão e atrair figuras influentes.Internamente, cresce a expectativa por uma reformulação no modo de atuação do partido, com mais inserção em comunidades, atuação combativa nos parlamentos e afastamento de figuras marcadas por escândalos ou alianças inconsistentes.Repercussão nacionalNos bastidores de Brasília, a vitória de Zeidan foi acompanhada com atenção por lideranças nacionais do PT. Embora não haja ruptura com a direção nacional, o episódio reforça a tensão entre a base militante e a cúpula do partido, sobretudo em temas como alianças com o centrão e a postura frente ao judiciário e às elites econômicas.A eleição de Diego Zeidan no PT-RJ é mais do que uma mudança de comando. É o retrato de uma militância que ainda acredita na transformação social, mas que cobra coerência, renovação e protagonismo real no jogo político.
A vitória de Diego Zeidan na eleição para a presidência do PT-RJ marca uma virada simbólica e estratégica no cenário político fluminense. Considerado um nome jovem, combativo e oriundo das bases, Zeidan superou grupos tradicionais do partido, sinalizando uma clara mensagem de insatisfação da militância com a direção anterior e um anseio por renovação interna.
Em uma disputa acirrada, Zeidan foi escolhido com apoio expressivo da base militante, vencendo candidatos ligados às antigas estruturas do PT estadual, frequentemente associadas ao pragmatismo político e alianças questionáveis. A eleição repercutiu nacionalmente, sendo lida como uma crítica interna à falta de protagonismo do PT no Rio de Janeiro nos últimos ciclos eleitorais.
Crítica à velha guarda
Nos bastidores, a movimentação de apoio à candidatura de Zeidan expôs rachaduras internas, especialmente entre grupos que defendem maior alinhamento com movimentos sociais e sindicatos e setores mais institucionalizados do partido, frequentemente criticados por se afastarem da pauta progressista em nome da governabilidade.
“A militância gritou por mudança. Estava cansada de ver o PT fluminense se apagar no cenário político estadual, refém de alianças frágeis e estratégias mal executadas. Diego representa o resgate da esperança e da combatividade petista no estado”, disse uma dirigente do movimento estudantil que apoiou Zeidan.
Desempenho eleitoral estagnado
A escolha também reflete o incômodo com os reiterados fracassos eleitorais do PT-RJ, especialmente no interior e na Baixada Fluminense, redutos que outrora deram sustentação ao partido. Desde 2014, o PT tem encolhido no estado, perdendo espaço para partidos como o PSOL e o Republicanos, inclusive em áreas historicamente ligadas à esquerda.
Para analistas políticos, o nome de Zeidan pode representar uma estratégia de reoxigenação do partido no Rio de Janeiro, com foco na reconstrução das bases e na retomada do protagonismo. “É uma aposta de risco, mas necessária. O PT-RJ não podia continuar com a mesma fórmula que o levou à irrelevância local”, afirma o cientista político Eduardo Sales.
O desafio da unificação
Apesar do apoio das bases, Zeidan terá o desafio de unificar o partido, lidar com alas ressentidas e articular um projeto político consistente para 2026. Sua vitória tem sido celebrada como um rompimento simbólico com a “velha política interna”, mas exigirá habilidade para manter a coesão e atrair figuras influentes.
Internamente, cresce a expectativa por uma reformulação no modo de atuação do partido, com mais inserção em comunidades, atuação combativa nos parlamentos e afastamento de figuras marcadas por escândalos ou alianças inconsistentes.
Repercussão nacional
Nos bastidores de Brasília, a vitória de Zeidan foi acompanhada com atenção por lideranças nacionais do PT. Embora não haja ruptura com a direção nacional, o episódio reforça a tensão entre a base militante e a cúpula do partido, sobretudo em temas como alianças com o centrão e a postura frente ao judiciário e às elites econômicas.
A eleição de Diego Zeidan no PT-RJ é mais do que uma mudança de comando. É o retrato de uma militância que ainda acredita na transformação social, mas que cobra coerência, renovação e protagonismo real no jogo político.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político