CPMI do INSS mira possível blindagem do governo Lula a sindicatos aliados

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As investigações conduzidas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS reacenderam, nesta semana, suspeitas de que o governo do Lula teria atuado, direta ou indiretamente, para proteger entidades historicamente alinhadas ao PT. Associações e sindicatos são investigados por irregularidades na cobrança de descontos em benefícios de aposentados e pensionistas — um esquema que, segundo parlamentares, movimentou milhões de reais ao longo dos últimos anos.

A apuração parlamentar, ainda em curso, aponta uma sequência de decisões políticas, administrativas e judiciais que, segundo integrantes da oposição, não apenas dificultaram o avanço das investigações, mas também criaram um ambiente de “blindagem institucional” a favor dessas organizações.

Decisões da AGU e do INSS estão na mira da CPMI

Entre os pontos mais sensíveis levantados pela comissão está a atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) em processos que discutiam a legalidade dos descontos automáticos na folha de pagamento de aposentados. Segundo parlamentares, a postura do órgão teria criado barreiras para a responsabilização das entidades suspeitas.

O próprio INSS também é alvo de questionamentos. A CPMI analisa mudanças administrativas adotadas desde o início do governo Lula, que — de acordo com críticas da oposição — teriam favorecido a manutenção dos convênios e sistemas que permitiram a cobrança indevida de mensalidades associativas sem autorização expressa dos beneficiários.

Manobras no Congresso acirraram o clima político

Além das disputas jurídicas e administrativas, parlamentares relatam que houve movimentos dentro do Congresso que, na avaliação da oposição, teriam servido para retardar ou esvaziar a investigação. Entre eles, alterações na composição da CPMI, tentativas de limitar convocações e articulações para adiar votações de requerimentos considerados estratégicos.

“Tudo aponta para um esforço coordenado de proteção”, afirmou um integrante da cúpula da CPMI, sob reserva. “Sempre que a investigação se aproximava de entidades tradicionalmente alinhadas ao PT, surgiam obstáculos políticos ou jurídicos.”

Governo nega interferência e fala em “instrumentalização política”

O Palácio do Planalto rejeita qualquer acusação de favorecimento e afirma que a oposição tenta transformar o caso em arma eleitoral. Integrantes do governo destacam que decisões administrativas do INSS visam apenas “corrigir falhas históricas” e que a AGU atua dentro da legalidade para defender o Estado, não partidos ou entidades específicas.

Aliados de Lula também acusam a oposição de criar uma narrativa política para desgastar o governo. Eles afirmam que irregularidades em convênios com associações já vinham sendo investigadas antes mesmo da instalação da CPMI.

CPMI segue com novos requerimentos e depoimentos

A comissão deve intensificar a fase de oitivas nas próximas semanas, com a convocação de ex-dirigentes de entidades suspeitas, técnicos do INSS e representantes da AGU. Parlamentares também avaliam a quebra de sigilos financeiros de determinadas organizações para rastrear eventuais fluxos de recursos oriundos das cobranças indevidas.

O relatório final deve ser apresentado no início de 2026, mas a temperatura política já demonstra que o tema pode ter desdobramentos no cenário eleitoral.