“Juiz Sem Limites”: Críticas dos EUA Escancaram Degraus de Autoritarismo no STF

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Um comunicado atribuído à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil — que viralizou neste sábado (22) e reacendeu críticas ao Supremo Tribunal Federal — acusa o ministro Alexandre de Moraes de “envergonhar” o País no exterior e transformar a Corte em instrumento de instabilidade. Embora o governo americano não tenha confirmado oficialmente o teor do documento, o texto repercutiu amplamente e adicionou combustível ao crescente desgaste internacional em torno das decisões do STF sob a gestão do ministro.

Segundo o comunicado que circula nas redes, o ministro Alexandre de Moraes teria “politizado de forma escancarada o processo judicial” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja prisão preventiva — considerada “provocativa e desnecessária” — reacendeu o debate sobre abuso de autoridade e quebra de proporcionalidade no sistema judicial brasileiro.

O texto atribuído à embaixada reforça:
“O juiz Moraes, um violador de direitos humanos sancionado, expôs o Supremo Tribunal Federal do Brasil à vergonha e ao descrédito internacional ao desrespeitar normas tradicionais de autocontenção judicial.”

Apesar de não haver confirmação formal, a repercussão foi imediata. Circulou também a republicação do texto pelo vice-secretário americano Christopher Landau, ampliando o alcance das críticas — e encurralando o governo Lula diante de mais um sinal de desconforto internacional sobre a atuação do ministro.

Governo Lula é pressionado enquanto imagem do STF se deteriora

A situação não poderia chegar em pior momento para o Palácio do Planalto. Lula, que já enfrenta críticas internas por seu silêncio seletivo e por sua dependência política de setores do Judiciário, vê agora o desgaste de Moraes atingir proporções internacionais — fato que compromete a imagem democrata que o governo tenta vender ao exterior.

Há meses diplomatas estrangeiros, ONGs e entidades de direitos civis vêm demonstrando preocupação com decisões monocráticas do STF, que incluem censuras, prisões por tempo indeterminado e sanções aplicadas sem o devido contraditório. O suposto comunicado americano apenas cristaliza aquilo que vinha sendo dito nos bastidores: o Brasil estaria caminhando para um modelo de hiperjudicialização concentrada nas mãos de um único magistrado.

“Nada é mais perigoso do que um juiz sem limites”

O trecho mais duro do documento viralizado diz:
“Não há nada mais perigoso para a democracia do que um juiz que não reconhece limites para seu poder.”

A frase — seja ela confirmada ou não — se tornou o símbolo de um sentimento crescente: de que Alexandre de Moraes ultrapassou a fronteira entre juiz e agente político, interferindo diretamente no jogo institucional e eleitoral brasileiro.

Especialistas de diferentes correntes já haviam alertado sobre o problema. Para críticos, Moraes age como “ministro da Segurança Nacional informal”, concentrando poder policial, eleitoral e judicial, sem qualquer mecanismo real de freios e contrapesos.

Um STF acuado, um governo em silêncio e um País cada vez mais dividido

A repercussão internacional amplifica um desgaste que o governo Lula tenta minimizar. Porém, cada nova decisão controversa, cada prisão preventiva considerada excessiva e cada censura ordenada tornam mais difícil sustentar o discurso de “normalidade democrática”.

Seja qual for a origem do comunicado, seu efeito é real: o Brasil está sob escrutínio externo, e a figura de Alexandre de Moraes tornou-se o epicentro de uma crise institucional que o governo insiste em não reconhecer.

A prisão de Bolsonaro — que já estava sob monitoramento e restrições — apenas reforça a percepção de seletividade e descontrole. E coloca Lula e o STF diante de uma pergunta incômoda:

Até quando o País continuará tolerando decisões individuais que reconfiguram a própria estrutura democrática?