Senador capixaba pediu, ‘pelo amor de Deus, que os Estados Unidos invadam o Brasil’ e afirmou que ‘nós tomamos um golpe’
URGENTE: o senador bolsonarista, Marcos do Val, solicitou que OS EUA INVADA O BRASIL. Esse sujeito precisa ser imediatamente preso e afastado do cargo. Vamos compartilhar e cobrar do @davialcolumbre uma resposta. Não aceitaremos traição à nossa pátria!pic.twitter.com/wDKzdu2nHc
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) February 25, 2025
“Pedir, pelo amor de Deus, que os Estados Unidos invadam o Brasil para recuperar a nossa democracia. O que nós vamos fazer? Sozinho, eu não consigo fazer. Agora, o Alexandre está indo por água abaixo, mas sempre vai ter outro que vai assumir”, afirmou o político, visivelmente alterado.
O capixaba ainda completou, em meio a palavras de baixo calão: “O que mais falta para vocês poderem entender que nós tomamos um golpe?”.
A Lei 14.197/2021, assinada pelo então presidente Bolsonaro e que trata dos crimes contra a soberania nacional, afirma, em seu art. 359-I, que quem negociar com um governo estrangeiro atos para invadir o Brasil pode ser condenado a uma pena de reclusão de três a oito anos.
A pena é ainda maior para os casos de quem participar de operações bélicas, podendo ser condenado a entre quatro e doze anos de detenção.
Do Val, que foi instrutor da SWAT, grupo policial especializado em armas e táticas especiais enquanto esteve nos Estados Unidos, é um dos principais aliados de Bolsonaro.
Em junho de 2023, ele não respondeu se havia mentido sobre uma tentativa de golpe de Estado idealizada pelo ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e Bolsonaro. O suposto plano envolveria um grampo ilegal no ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Posteriormente, ele revelou ter inventado a história para afastar Moraes das investigações contra Bolsonaro. “Não tinha golpe de Estado nem nada. Tinha falado: ‘Bolsonaro, vou usar aquela reunião para fazer uma ação para te blindar porque ele [Moraes] quer te prender'”, disse o senador a apoiadores na época.
Recentemente, Bolsonaro e outras 33 pessoas, muitos militares de alto escalão, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Texto também presente na mesma lei assinada por Bolsonaro, que no art. 359-M afirma que “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, contra o governo legitimamente constituído” prevê pena de quatro a doze anos.