Startups brasileiras de olho nos EUA: promessas, riscos e o que você precisa saber antes de dar o próximo passo

A Gazeta Popular
101.7k Visualizações
Tempo de Leitura: 3 Minutos
- ADS -
Ad image

Expandir sua startup para os Estados Unidos pode parecer um sonho natural para quem empreende com inovação e ambição. Afinal, estamos falando do maior mercado consumidor do planeta, com acesso facilitado a capital, hubs de tecnologia pulsantes e uma cultura de negócios que abraça o risco e valoriza soluções escaláveis.

Mas, como alerta o especialista em internacionalização Alfredo Trindade, CEO da Ecco Planet Consulting, “esse salto precisa vir acompanhado de um planejamento estratégico robusto — e, principalmente, de conhecimento sobre o terreno em que se pisa”.

Com sede na Flórida e mais de 2 mil projetos conduzidos, Trindade chama a atenção para os erros mais comuns cometidos por fundadores brasileiros ao mirar o mercado norte-americano: falta de estudos prévios, despreparo jurídico e, sobretudo, pouca adaptação ao perfil do consumidor local. “Registrar uma LLC não significa que sua empresa está pronta para operar. Sem um plano claro de entrada, o negócio se perde em burocracias, diferenças culturais e competitividade extrema”, afirma.

Os dados, no entanto, mostram que o interesse é real: só em 2024, o Brasil foi o 12º maior investidor direto nos Estados Unidos, com aportes superiores a US$ 20 bilhões, segundo o programa SelectUSA. Isso inclui desde grandes grupos até startups em estágio de tração que encontram nos EUA o ambiente ideal para validar produtos em escala global.

Mas entusiasmo não é estratégia.

Trindade reforça que adaptar o produto ao mercado local é crucial. “Muitas soluções que funcionam bem no Brasil não têm o mesmo apelo nos Estados Unidos. O consumidor americano é pragmático, direto e exigente. Ignorar isso pode ser o fim de uma ideia promissora”.

Ecco Planet recomenda um checklist que vai muito além da vontade de internacionalizar:

  • Validação prévia da proposta de valor;

  • Escolha estratégica do estado com melhor custo-benefício;

  • Estruturação societária e tributária adequada;

  • Conhecimento profundo das normas regulatórias;

  • E uma presença ativa nos hubs de inovação — onde a mágica acontece.

“O empreendedor que enxerga a internacionalização como um processo de aprendizagem contínua, e não como um troféu a ser pendurado na parede, está muito mais próximo do sucesso”, afirma Trindade.

✈️ Internacionalizar é ousadia, mas também é método

O olhar atento que startups precisam ter antes de expandir é o mesmo que usamos ao analisar tendências: observar os sinais, entender as regras do jogo e, só então, entrar em campo.

E o que aprendemos com isso? Que a expansão internacional pode ser uma virada de chave — mas só quando feita com consciência, estratégia e, sobretudo, preparo emocional e jurídico para jogar em outro idioma, outra cultura, outro ritmo.


📲 Para acompanhar mais conteúdos sobre empreendedorismo, inovação e os bastidores de quem transforma ideias em negócios reais, siga nossas redes:

 

 siga: @aliceloures_oficial e @elasemacaoofc