O Partido dos Trabalhadores sempre se apresentou como o defensor dos pobres. Desde suas origens sindicais até o discurso populista atual, o PT construiu uma narrativa baseada em uma divisão simplista e perigosa: de um lado, os ricos opressores; do outro, os pobres oprimidos. É a clássica retórica de “nós contra eles”. Mas o que acontece quando os supostos “opressores” são também os financiadores de campanhas petistas? Aí, a máscara cai.
A pergunta que fica é: se o PT realmente acredita que os ricos devem ser combatidos, por que aceita tanto dinheiro deles para suas campanhas? Por que tantos milionários e grandes empresários continuam financiando o partido que, publicamente, os acusa de serem os responsáveis pela desigualdade do país?
A resposta é simples: porque tudo isso faz parte de uma grande encenação.
Essa seletividade é escandalosa. O mesmo partido que grita contra o agronegócio no palanque, negocia com grandes produtores rurais no Planalto. O mesmo governo que diz defender o povo, aumentou os impostos sobre combustíveis, manteve uma estrutura tributária perversa e, recentemente, avançou sobre as isenções de setores produtivos. Tudo isso enquanto promete mundos e fundos com dinheiro que, no fim das contas, virá sempre do bolso do cidadão comum.
Além disso, a proposta de taxar os super-ricos geralmente esbarra em outro problema: a definição de “rico” muda conforme a conveniência política. Em muitos casos, o “super-rico” que o governo quer taxar é o pequeno e médio empresário, é o investidor de classe média que guarda um pouco de dinheiro na bolsa ou aplica num fundo. O discurso é voltado aos bilionários, mas quem paga a conta são sempre os mesmos: os que produzem, os que empreendem, os que geram emprego.
Enquanto isso, figuras como Lulinha, filho do presidente, enriquecem misteriosamente sem nenhuma grande explicação convincente. E os amigos do poder, aqueles que se tornaram milionários à sombra dos governos petistas, seguem intocados.
Essa aliança entre discurso populista e apoio elitista não é nova. O chavismo fez isso na Venezuela. O kirchnerismo fez na Argentina. Todos usaram a linguagem da luta de classes para destruir a economia nacional e consolidar um regime autoritário disfarçado de democracia. No Brasil, o roteiro é parecido.
É hora de desmascarar esse jogo. O Brasil precisa de uma nova mentalidade política — uma que valorize quem trabalha, quem empreende, quem estuda, quem constrói. Precisamos de menos discurso e mais ação. Menos populismo e mais responsabilidade. Menos narrativa e mais verdade.
O povo brasileiro não é burro. E cada vez mais ele percebe que a narrativa de “nós contra eles” serve apenas para manter a velha elite política no poder, às custas de um povo dividido e empobrecido. Chega de hipocrisia.