Consumidores relatam ausência de roupas plus size nas lojas físicas da C&A

A Gazeta Popular
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Chegou ao meu conhecimento, relatos de consumidores que frequentam a varejista C&A e têm enfrentado dificuldades ao procurar roupas plus size nas lojas físicas da rede. Segundo informações, ao questionarem funcionários sobre a ausência das peças, a resposta dada foi de que a numeração maior estaria disponível apenas pelo site da marca.

A mudança tem gerado estranhamento entre clientes que buscam atendimento presencial, prova de peças no provador e a experiência tradicional de compra em loja física. Afinal, será que todos os consumidores têm a mesma facilidade de acesso à internet e ao comércio online? E mais: até que ponto a retirada das peças das lojas físicas não pode ser interpretada como uma forma de exclusão?

Eu entrei em contato com a assessoria de imprensa da C&A, que encaminhou a seguinte nota oficial:

Nota da C&A Brasil

“Na C&A Brasil, acreditamos que uma marca só é verdadeiramente relevante quando está conectada às necessidades e à diversidade da sociedade. Por isso, Plus Size permanece como uma categoria estratégica em nosso sortimento.

Somente no último ano, a categoria registrou um crescimento de vendas superior a dois dígitos, reforçando nosso compromisso com uma moda democrática e cada vez mais presente na vida das nossas clientes. Também investimos continuamente na capacitação das equipes e na sinalização dos ambientes, facilitando a jornada de compra, reunindo coleções com peças desenvolvidas especialmente para nossas clientes. Além disso, nossa categoria contempla roupas masculinas e femininas, disponibilizando todas as numerações no site e no aplicativo. Temos +40 lojas espalhadas pelo Brasil, com espaços dedicados à categoria Plus e é possível encontrar essas lojas no nosso site www.cea.com.br/plus-size/lojas.

Diversidade e inclusão fazem parte dos nossos valores como companhia e são alicerces que sustentam nossa visão de futuro.”

Agradeço os esclarecimentos da C&A, que rapidamente se prontificou sobre a questão.

Esse episódio levanta um debate importante: o direito de todos os consumidores serem acolhidos. A moda, enquanto expressão cultural e social, deve refletir diversidade e inclusão. Toda pessoa — seja alta, baixa, magra ou gorda — merece se sentir representada ao entrar em uma loja.

Além disso, é preciso lembrar que nem todo mundo tem a expertise e familiaridade com tecnologias e em comprar online. Pessoas mais idosas podem ter dificuldade com sites e aplicativos. O simples fato de não ver o produto in loco, ao vivo, pode interferir na escolha: quando a peça chega em casa, muitas vezes o consumidor percebe que não é exatamente aquilo que imaginava. São barreiras e limitações que, embora a marca, no caso as lojas C&A, disponibilize opções online pelo aplicativo e em algumas lojas físicas — não sendo em sua totalidade — podem impactar a experiência de compra de muitos clientes.

Por William Dornelas – Jornalista – Colunista