Preço do café despenca no Brasil e atinge o menor valor dos últimos meses

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Após várias altas sucessivas entre o fim do ano passado e o início deste ano, o preço do café registrou forte queda no mercado brasileiro, ressalta o especialista em mercado financeiro, Fabiano Tavares

 

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Após várias altas sucessivas entre o fim do ano passado e o início deste ano, o preço do café registrou forte queda no mercado brasileiro, ressalta o especialista em mercado financeiro, Fabiano TavaresO mercado de café no Brasil teve uma queda nos preços em junho, após uma série de altas. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), o preço do café despencou e marcou o valor mais baixo em sete meses.O cenário gerou surpresa, dado o aumento das cotações nos últimos meses de 2023 e início de 2024. O café arábica, a variedade mais consumida no Brasil, registrou um preço médio de R$ 2.126,10 por saca de 60 quilos em junho.Esse valor representou uma queda de 14,4% em relação ao mês de maio e o nível mais baixo desde novembro de 2024, quando ajustado pela inflação. O preço da saca de arábica passou a operar abaixo de R$ 2 mil em 18 de junho, o que reflete a tendência de redução no valor da commodity no mercado brasileiro.O café robusta também teve uma desvalorização no mês passado. O preço da saca ficou em R$ 1.256,71, uma queda de 18,4% em comparação com o mês de maio. Esse foi o menor valor registrado desde junho do ano passado, em termos reais. O produto também sofreu uma queda contínua em julho, com o preço da saca caindo para R$ 1.099,04, o que representou uma redução diária de 0,55%.O especialista em mercado financeiro, Fabiano Tavares destaca que entre os motivos principais está a pressão de oferta maior que a demanda, influenciada diretamente por fatores como o aumento dos estoques internacionais, principalmente na América Latina e Ásia. “Produtores que dependiam de preços elevados enfrentam agora um mercado menos rentável, obrigando muitos a revisar estratégias econômicas para os próximos meses”, pontua.O especialista ressalta que após a acentuada queda, o mercado cafeeiro brasileiro deve apresentar comportamento instável. “Produtores que conseguiram reter parte da safra podem ter vantagens se houver recuperação dos preços no curto prazo, principalmente com os prejuízos climáticos recentes”, destaca Fabiano Tavares.Como produtores e consumidores podem se preparar?Fabiano Tavares ressalta também que os produtores precisam estar preparados para instabilidades de preço no curto prazo, enquanto consumidores devem aproveitar oportunidades pontuais, sem contar com quedas contínuas no preço do café no varejo.“É hora de produtores e consumidores ficarem atentos: o cenário do café brasileiro deve seguir instável, trazendo riscos e oportunidades para quem souber navegar nesse mercado”, pontua o especialista.Impacto do clima na redução do preçoA queda nos preços de ambos os tipos de café está atrelada a uma combinação de fatores. Um dos principais responsáveis pela redução no valor do café foi o clima rigoroso que atingiu várias regiões cafeeiras do Brasil. As geadas que ocorreram nas últimas semanas afetaram especialmente o norte do Paraná, onde os produtores já estão estimando perdas significativas para a safra do próximo ano.Outras regiões importantes para a produção de café, como São Paulo e Minas Gerais, também sofreram com o impacto do frio intenso, o que contribuiu para uma expectativa de redução na qualidade e quantidade da produção.Com a desvalorização e os danos provocados pelo clima, produtores temem prejuízos ainda maiores na safra futura. As expectativas de oferta mais restrita podem impactar o mercado nos próximos meses, mas, por enquanto, os preços seguem em queda.

O mercado de café no Brasil teve uma queda nos preços em junho, após uma série de altas. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), o preço do café despencou e marcou o valor mais baixo em sete meses.

 

O cenário gerou surpresa, dado o aumento das cotações nos últimos meses de 2023 e início de 2024. O café arábica, a variedade mais consumida no Brasil, registrou um preço médio de R$ 2.126,10 por saca de 60 quilos em junho.

 

Esse valor representou uma queda de 14,4% em relação ao mês de maio e o nível mais baixo desde novembro de 2024, quando ajustado pela inflação. O preço da saca de arábica passou a operar abaixo de R$ 2 mil em 18 de junho, o que reflete a tendência de redução no valor da commodity no mercado brasileiro.

 

O café robusta também teve uma desvalorização no mês passado. O preço da saca ficou em R$ 1.256,71, uma queda de 18,4% em comparação com o mês de maio. Esse foi o menor valor registrado desde junho do ano passado, em termos reais. O produto também sofreu uma queda contínua em julho, com o preço da saca caindo para R$ 1.099,04, o que representou uma redução diária de 0,55%.

 

O especialista em mercado financeiro, Fabiano Tavares destaca que entre os motivos principais está a pressão de oferta maior que a demanda, influenciada diretamente por fatores como o aumento dos estoques internacionais, principalmente na América Latina e Ásia. “Produtores que dependiam de preços elevados enfrentam agora um mercado menos rentável, obrigando muitos a revisar estratégias econômicas para os próximos meses”, pontua.

 

O especialista ressalta que após a acentuada queda, o mercado cafeeiro brasileiro deve apresentar comportamento instável. “Produtores que conseguiram reter parte da safra podem ter vantagens se houver recuperação dos preços no curto prazo, principalmente com os prejuízos climáticos recentes”, destaca Fabiano Tavares.

Como produtores e consumidores podem se preparar?

 

Fabiano Tavares ressalta também que os produtores precisam estar preparados para instabilidades de preço no curto prazo, enquanto consumidores devem aproveitar oportunidades pontuais, sem contar com quedas contínuas no preço do café no varejo.

 

“É hora de produtores e consumidores ficarem atentos: o cenário do café brasileiro deve seguir instável, trazendo riscos e oportunidades para quem souber navegar nesse mercado”, pontua o especialista.

Impacto do clima na redução do preço

 

A queda nos preços de ambos os tipos de café está atrelada a uma combinação de fatores. Um dos principais responsáveis pela redução no valor do café foi o clima rigoroso que atingiu várias regiões cafeeiras do Brasil. As geadas que ocorreram nas últimas semanas afetaram especialmente o norte do Paraná, onde os produtores já estão estimando perdas significativas para a safra do próximo ano.

 

Outras regiões importantes para a produção de café, como São Paulo e Minas Gerais, também sofreram com o impacto do frio intenso, o que contribuiu para uma expectativa de redução na qualidade e quantidade da produção.

 

Com a desvalorização e os danos provocados pelo clima, produtores temem prejuízos ainda maiores na safra futura. As expectativas de oferta mais restrita podem impactar o mercado nos próximos meses, mas, por enquanto, os preços seguem em queda.